Artes/cultura
31/08/2022 às 06:30•2 min de leitura
Predadores gigantes foram comuns ao longo da história do planeta Terra. Porém, ainda hoje os dinossauros são os mais conhecidos no imaginário popular. Como eles foram extintos há cerca de 65 milhões de anos, ainda houve tempo para outras grandes criaturas ameaçadoras surgirem. Foi o caso das aves do terror.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Phorusrhacidae (forusracídeos) é uma família de aves fósseis que começou a surgir cerca de 60 milhões de anos atrás na América do Sul. Embora seja um grupo com várias espécies, essas aves podiam atingir em média os três metros de altura e pesar mais de 450 kg. Tudo isso, somado ao bico afiado, fez com que eles se tornassem predadores eficientes.
Esse grupo de aves foi descrito pela primeira vez pelo paleontólogo argentino Florentino Ameghino em 1887. Ele encontrou uma mandíbula incompleta na Patagônia, e inicialmente acreditou pertencer a um animal parente de aves de rapina como águia ou falcão. No entanto, conforme mais partes dos forusracídeos foram descobertas, se concluiu que eles estão mais próximos de uma ave sul-americana chamada seriema.
Atualmente são conhecidas cerca de 20 espécies diferentes de aves do terror. A maioria delas habitavam a Argentina e o Sul do Brasil, mas alguns fósseis foram descobertos no Texas e na Flórida. Isso sugere que houve migração dessas aves, depois que a América do Sul e do Norte se conectaram.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Entre cerca de 60 milhões e dois milhões de anos atrás, as aves do terror dominavam a América do Sul. Ainda não se sabe ao certo seus hábitos, embora muitos paleontólogos acreditem que essas aves eram predadores eficientes.
Mesmo não podendo voar, esses animais poderiam atingir velocidades de até 100 km/h. Além disso, seus bicos grandes e afiados poderiam ser usados como machados na hora da caça, ou para se defenderem de outros predadores.
Por outro lado, ainda é incerto se eles realmente se alimentavam de outros animais, ou se tinham uma dieta onívora ou até mesmo herbívora. Cientistas alemães realizaram estudos para avaliar a composição de isótopos de cálcio nos ossos das aves do terror. O resultado indica que a presença de carne era bastante reduzida.
Independente de como era a dieta desses animais, o que se sabe é que alguma coisa aconteceu há cerca de dois milhões de anos, que eles desapareceram. A data bate com o que se sabe sobre a conexão das Américas, há cerca de 3,5 milhões de anos, permitindo a migração de outros predadores para o sul. Mesmo que fossem capazes de se defender, essas aves passaram a disputar recursos — principalmente para os mamíferos placentários que começaram a chegar na América do Sul —, o que pode as ter levado à extinção.