Afinal, como os cavalos-marinhos dão à luz seus filhotes?

Os cavalos-marinhos podem dar à luz de uma maneira única, e isso não era um fato inteiramente desconhecido, já que entre eles, quem engravida é o macho. Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Sidney e de Newcastle, existem alguns motivos que podem ajudar a explicar melhor como tudo isso ocorre.

O estudo realizado pela equipe buscou analisar tanto a anatomia do animal quanto o processo de dar à luz os filhotes. E até esse último passo ocorrer, há algumas etapas complexas envolvidas, começando pelo próprio desenvolvimento embrionário.

(Fonte: Unsplash)

A gestação nos cavalos-marinhos 

Nos cavalos-marinhos, a gestação dura em torno de 10 a 25 dias. Os machos, responsáveis por receber os ovos, são quem os fertiliza e realizam a gestação de até 2 mil filhotes. Após o nascimento deles, poucos sobrevivem –  já que ficam muito suscetíveis ao ataque de predadores no mar.

O corpo dos machos é dotado de particularidades que auxiliam desde no início, no momento em que eles recebem os ovos numa espécie de bolsa abdominal logo após o ritual de acasalamento. Ali, é possível regular a temperatura e promover as melhores condições para o nascimento dos filhotes, seja fornecendo nutrientes ou mesmo regulando a troca entre oxigênio e gás carbônico graças à contração de músculos esqueléticos.  

Já o nascimento, por sua vez, é realizado graças à contração de músculos esqueléticos desenvolvidos justamente para essa finalidade, e é a ocitocina é o hormônio que auxilia nisso. Enquanto com outras espécies de vertebrados esse hormônio atua na contração dos músculos lisos, controlados involuntariamente, o parto ocorre de forma diferente com o grupo de animais do mar. 

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Descobertas sobre a espécie  

Nos cavalos marinhos, o hormônio atua como se fosse uma espécie de gatilho fisiológico, estimulando que as contrações ocorram e o animal dê à luz de forma consciente, o que surpreendeu os pesquisadores.

Essa descoberta foi possível graças à comparação do papel da ocitocina nos animais para verificar como o músculo liso presente reagia na presença do hormônio e mesmo da observação dos movimentos que a espécie realiza durante o parto. Com os cavalos-marinhos, a bolsa incubadora dos animais não se contraiu na presença da ocitocina. 

A observação anatômica dos cavalos marinhos também possibilitou verificar que os machos possuem uma estrutura óssea diferente e ligada a grandes músculos, sendo maior que a encontrada nas fêmeas da mesma espécie.

Apesar de serem descobertas revelantes, os pesquisadores acreditam que ainda há muito o que ser estudado e investigado sobre estes fantásticos animais marinhos.