Artes/cultura
13/09/2022 às 12:00•2 min de leitura
Parecia mais um dia tranquilo nas escavações em El Higuerón, região próxima à pequena cidade de Nueva Carteya, província espanhola de Córdoba, quando arqueólogos que trabalhavam na área se depararam com uma escultura peculiar: um falo enorme, que mede cerca de 46 cm de comprimento.
O falo, feito diretamente na pedra de uma ruína romana, surpreendeu a todos pelo seu tamanho incomum, já que o mais normal é encontrar símbolos fálicos com representações menores.
As escavações iniciais em El Higuerón começaram na década de 1960, revelando construções do século IV a.C., período em que habitava na região o povo ibérico. Em 206 a.C., os romanos conquistaram o local e destruíram a edificação de um assentamento desse grupo, deixando apenas a base da construção e erguendo no lugar sua arquitetura com torres, piso e, logicamente, o falo gigante.
Escavações ocorrem em local de assentamento ibérico. (Fonte: Museu Histórico de Nueva Carteya/ Reprodução)
Para os especialistas, há uma boa chance de que o falo tenha sido esculpido como uma forma de trazer boa sorte e afastar qualquer possibilidade maléfica ao lugar.
De acordo com o jornal Diário de Córdoba, a escavação no local é realizada pelo Museu Histórico Local de Nueva Carteya em conjunto com a Universidade de Granada e o Centro de Estudos de Arqueologia Bastetana. A intenção das escavações é limpar a edificação para ser possível aos turistas fazerem visitas no local.
O pênis é um símbolo recorrente em algumas culturas, com grande incidência na civilização romana, que utilizava representações fálicas em itens como esculturas e afrescos (como pode ser encontrado na cidade de Pompeia) e até em pingentes (recentemente encontrados no Reino Unido).
Falo gigante encontrado em Nueva Carteya tem quase 46 cm de comprimento. (Fonte: Museu Histórico de Nueva Carteya/ Reprodução)
Os sentidos simbólicos da utilização do falo pelos romanos são os mais variados, indo desde a crença de que tal figura garantia proteção e boa sorte até a noção de que o objeto era uma forma de invocar o deus romano da fertilidade masculina — o deus Fascinius — e assim ajudar na reprodução.