
Ciência
16/09/2022 às 11:30•2 min de leitura
Um "tubarão que anda e pode sobreviver fora do ambiente aquático" parece uma criatura fictícia, saída de algum filme de terror. Mas este animal existe e foi alvo de um estudo publicado em julho na revista Integrative & Comparative Biology, por cientistas da Universidade Atlântica da Flórida (FAU), nos Estados Unidos, e da Universidade James Cook, na Austrália.
Trata-se do tubarão-epaulette, que é encontrado em águas rasas na Oceania, principalmente na costa da Austrália e em Papua-Nova Guiné. De porte pequeno — ele pode chegar até 1 metro de comprimento, em média — o animal usa suas barbatanas para se locomover em terra firme, quando a maré baixa, à procura de comida.
Pertencente à espécie Hemiscyllium ocellatum, o tubarão-das-dragonas, como a criatura também é conhecida, se alimenta de caranguejos, peixes e pequenos invertebrados. Estima-se que ele seja capaz de “andar” dezenas de metros em busca de alimentos.
O tubarão que anda e sobrevive fora da água já era conhecido há alguns anos, mas até então ninguém havia estudado, de forma mais detalhada, as suas incríveis capacidades de locomoção e resistência. Foi o que fizeram os cientistas das instituições americana e australiana.
De acordo com a investigação, o tubarão ambulante aprende a andar antes mesmo de desenvolver a habilidade de nadar, ou seja, ele já nasce com a capacidade de caminhar. Isso estaria ligado a uma evolução da espécie que vem ocorrendo nos últimos 9 milhões de anos, como apontaram outros estudos.
A locomoção desenvolvida pela espécie é tratada pelos biólogos como uma questão de sobrevivência. Dessa forma, o tubarão-epaulette consegue se adaptar mais facilmente às mudanças ocasionadas pela crise climática e o aquecimento dos oceanos, podendo alcançar ambientes mais favoráveis.
(Fonte: Universidade Atlântica da Flórida/Divulgação)
Ele pode se mudar de poças de água defasadas para outras com água melhor oxigenada, por exemplo, ou sair em busca de lugares onde há maiores quantidades de comida. Além disso, consegue chegar a locais inacessíveis para outras espécies no fundo do mar, ganhando a corrida pelos alimentos, e conta com uma maior agilidade para fugir dos predadores.
Outro detalhe abordado no estudo mais recente é a maneira como novas adaptações podem surgir de maneira rápida. Por conta da mobilidade, os tubarões dragonas acabam escapando do grupo principal e criando pequenas comunidades em outras regiões, cruzando entre si e gerando mutações aleatórias.
Há outras espécies de tubarões que também “andam”, mas nenhuma delas possui a capacidade de resistir à baixa concentração de oxigênio (hipóxia) apresentada por esta criatura. Conforme a pesquisa, o epaulette pode ficar por até duas horas fora da água, caminhando por distâncias de 30 metros, pelo menos.
Os pesquisadores acreditam que as descobertas ajudarão a entender como outras espécies aquáticas estão se adaptando e lidando com as mudanças climáticas.
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