Ciência
20/09/2022 às 10:00•3 min de leitura
Nos últimos 50 anos, os trajes espaciais desempenharam uma função crucial em vários momentos históricos de nossa espécie. Foi essa tecnologia que cresceu durante a corrida na Guerra Fria para ver qual país seria responsável por estabelecer o domínio espacial, mas que também permitiu o pouso dos primeiros humanos na Lua e permitiu a nossa presença constante em missões fora da atmosfera terrestre.
Apesar de parecerem roupas consideravelmente simples à primeira vista, existe um nível de complexidade envolvido por baixo da camada superficial de um traje essencial para que os humanos consigam sobreviver em um ambiente hostil. Ficou curioso para conhecer mais desse universo? Veja só um pouco mais sobre o passado e o futuro dos trajes espaciais!
(Fonte: Pixabay)
O primeiro traje espacial foi desenvolvido nos Estados Unidos para o uso exclusivo em caminhadas espaciais. Batizado de traje espacial Apollo, essa roupa tecnológica foi usada pela primeira vez em 1968, durante a missão Apollo 7. Nos primeiros protótipos, existia uma espécie de "cordão umbilical" que unia o astronauta à nave — algo que tornava a mobilidade limitada.
O traje espacial Apollo passou por várias versões até se consolidar, mas o mais conhecido até hoje foi o A7LB, usado para os notórios pousos lunares e na estação espacial Skylab. Cada traje era feito sob medida para trazer maior conforto aos astronautas, porém tiveram vida útil de apenas uma missão.
Nas décadas seguintes, novos projetos surgiram. Um dos que mais chamam atenção é o EVA EMU, um traje feito para ter excelente mobilidade na parte superior do corpo, facilitando o movimento na baia do ônibus espacial e ajudando os astronautas a realizaram trabalhos enquanto estivessem com os pés restritos.
Por volta dos anos 2000, a NASA passou para seu projeto mais moderno: o I-Suit, projetado para uma mobilidade ainda maior, facilitando a caminhada em um ambiente gravitacional. Logo, a tecnologia I-Suit tornou-se base para todos os atuais trajes espaciais em desenvolvimento.
(Fonte: Pixabay)
É preciso ter em mente que um traje espacial é muito mais do que um conjunto de roupas usadas pelos astronautas. Porém, assim como um conjunto de roupas comum, cada parte sua serve a diferentes propósitos. Atualmente, cada traje é dividido entre duas vertentes: os usados dentro de uma espaçonave e os de caminhada espacial de Atividade Extra-Veicular (EVA).
As principais peças que compõem um traje EVA são:
a primeira peça vestida por um astronauta. É feita especialmente com um material elástico de elastano e tubos de água para regular a temperatura corporal e remover o calor extra durante uma caminhada espacial
Apesar do nome, essa peça é bastante leve e conecta o interior do traje com os sistemas de suporte à vida de uma aeronave. Possui o formato de uma regata, conectando-se ao conjunto que cobre os braços e une as luvas;
As luvas protegem os astronautas do ambiente espacial, mas são feitas para que eles consigam trabalhar sem dificuldades de movimentação. Além disso, essa peça é feita para manter os dedos do corpo aquecidos, uma vez que essa é a parte do corpo que esfria com mais facilidade no espaço;
O tronco inferior de um traje é composto pelas calças, botas e a metade inferior do fechamento da cintura. Essa é a peça que ajuda o astronauta a se mover e girar no espaço. Em tecnologias mais modernas, essa parte da vestimenta está sendo desenvolvida para possuir mais articulações.
Na parte de trás de um traje, existe uma mochila que abriga os suprimentos e equipamentos que o fazem funcionar. Isso inclui oxigênio, regulador de pressão, ventilador, sistema de eletricidade e água para o resfriamento da roupa.
Os trajes espaciais possuem um grande sistema de comunicação instalado para estabelecer contato entre os astronautas. Dessa forma, é mais fácil coordenar missões espaciais extras veiculares.
Por fim, mas não menos importante, o capacete serve como uma bolha de pressão para manter a pressão do traje contida. Além disso, é através desse equipamento que os astronautas recebem o oxigênio necessário para sua sobrevivência. A viseira, por sua vez, é revestida com um material dourado que opera como se fosse um óculos de sol.