Por que animais selvagens não são bons animais de estimação?

05/10/2022 às 11:062 min de leitura

Certamente você já viu vídeos de animais exóticos passando nas suas redes sociais. Seja animais grandes como tigre ou crocodilo, seja animais pequenos como lóris ou saguis, a verdade é que os animais selvagens estão cada vez mais presentes nas casas das pessoas, o que pode ser algo perigoso tanto para o humano quanto para o animal.

Fenômeno nas redes

O lóris é um dos animais exóticos que têm se tornado um dos queridinhos do TikTok. (Fonte: Shutterstock/ Reprodução)O lóris é um dos animais exóticos que têm se tornado um dos queridinhos do TikTok. (Fonte: Shutterstock/ Reprodução)

Hoje, vários perfis do TikTok – assim como ocorre em outras redes sociais – são sobre animais exóticos criados como se fossem animais domésticos, com diversos vídeos que se tornam virais e que atraem milhões de seguidores.

É possível facilmente encontrar vídeos de bichos como o serval – uma espécie de felino selvagem maior que o gato doméstico –, o lóris (famoso por seus olhos grandes) e até animais de grande porte como crocodilo ou tigre.  

Contudo, especialistas apontam que criar animais não domesticados, ou seja, espécies que não passaram pelo processo seletivo de convivência pacífica com o ser humano, pode ser bem diferente da “fofura” apresentada nas redes, pois é capaz que a relação seja nociva tanto para o criador quanto para a criatura.

Os problemas de animais selvagens como pets

Ter animais selvagens em casa pode ser perigoso, já que esse não é o ambiente natural deles. Geralmente as pessoas adquirem os bichos quando ainda são pequenos, dóceis, fofos e divertidos. Porém, conforme crescem, os animais podem se tornar bagunceiros e bastante agressivos. 

Ao contrário do que ocorre com animais domésticos como o gato e o cachorro, onde as informações sobre os cuidados com os bichos são vastas, uma das dificuldades em criar animais selvagens é justamente a falta de conhecimento sobre eles, já que não passaram pelo processo de domesticação e não há, portanto, compreensão suficiente de como cuidar adequadamente deles.

As raposas também têm aparecido como pet. (Fonte: Shutterstock/ Reprodução)As raposas também têm aparecido como pet. (Fonte: Shutterstock/ Reprodução)

Além disso, no impulso de ter aquele animal divertido que é viral nas redes, as pessoas saem correndo para adquirir o seu, não se importando sobre como esse animal chegou em suas mãos. Muitos deles são vendidos ilegalmente, sendo criados em cativeiro, sem a devida atenção à saúde, sofrendo maus-tratos e com algumas espécies em risco de extinção.

Não bastasse a aquisição ser perigosa para o próprio bicho, há o risco também para o ser humano. Um dos principais problemas é possibilidade de ocorrência de zoonoses – doenças infecciosas que podem ser transmitidas pelos animais –, pois diversos animais silvestres possuem doenças que podem causar grandes transtornos não só para o dono do animal como para toda uma comunidade (vide a pandemia de coronavírus, com patógeno possivelmente oriundo do consumo de algum animal infectado).

Ter animais selvagens no Brasil

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) faz a distinção entre animais selvagens e exóticos, identificando os selvagens como aqueles pertencentes à fauna brasileira e os exóticos como os animais silvestres que não são nativos do Brasil, isto é, animais nativos de outros países.

Para adquirir um bichinho é necessário que a compra seja feita em estabelecimento autorizado pelo Ibama – ou por outro órgão ambiental da região – e que o comprador solicite a autorização, também em órgão ambiental competente, para poder criar o animal. É preciso estar atento, pois cada estado possui as suas regras. Por isso, é melhor buscar informações antes de comprar.

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