Nova Zelândia: o imposto sobre arrotos e peidos de vaca

14/10/2022 às 10:152 min de leitura

O aquecimento global é um problema progressivo. A cada dia que passa e nada é feito para tentar freá-lo, ele se torna um pouco mais intenso. E é por saber disso que muitos países criam diferentes meios para conter o aquecimento global, principalmente com propostas que reduzam a quantidade de gases como o dióxido de carbônico (CO2) CO2 e o metano.

E a Nova Zelândia decidiu elevar isso para um novo patamar criando um imposto sobre o gás que seus animais produzem.

Taxar arrotos e peidos?

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

Muitas pessoas nem imaginam que a pecuária é uma das grandes responsáveis pelo aquecimento global. Apenas na Nova Zelândia, o gado responde por quase metade dos gases de efeito estufa. Isso acontece porque animais ruminantes costumam emitir metano como arroto ou como flatulências — o pum.

Além disso, as fezes desses animais também contribuem para deixar o problema ainda maior. A proposta, que ainda não foi aprovada, foi pensada para servir como um estímulo aos criadores de gado a buscarem métodos para lidar com o problema. Essa é a primeira proposta de imposto destinada a taxar gases produzidos por animais.

Também do ponto de vista econômico, a pecuária é uma indústria enorme na Nova Zelândia, especialmente na produção de laticínios. Ela é tão grande que o número de vacas no país é o dobro do número de pessoas — 10 milhões de vacas para uma população de 5 milhões.

E é justamente por ter tantos animais que as autoridades do país começaram a se preocupar com os danos ambientais causados pelo gás metano liberado pelo gado. Damien O’Connor, ministro da agricultura na Nova Zelândia, destacou que a proposta terá como consequência um melhor cenário nos próximos anos para os produtores no país.

Pensando no futuro

(Fonte: Shutterstock)(Fonte: Shutterstock)

As mudanças climáticas já estão causando consequências como secas e enchentes cada vez mais regulares. Por isso, o governo neozelandês acredita que deve assumir a liderança no combate às emissões de gases de origem agropecuária.

A Nova Zelândia também se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e tornar o país neutro em carbono até 2050. O país também possui planos para reduzir as emissões de metano de animais de fazenda em até 47% até o mesmo ano.

Porém, a Federated Farmers — o principal grupo de lobby da indústria agrícola da Nova Zelândia — disse que o novo imposto será prejudicial para a Nova Zelândia. Segundo o presidente do grupo, caso seja aprovado, o imposto fará com que muitos produtores deixarão suas fazendas. Membros do partido conservador ACT também se opuseram ao imposto.

Caso o imposto seja aprovado, os criadores de animais deverão começar a pagá-lo em 2025. Até o momento não foi definido quanto os agricultores seriam realmente tributados. Porém, a proposta prevê ainda que os fundos arrecadados sejam usados para pagar pesquisas e novas tecnologias com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Também há uma iniciativa de pagar aos agricultores para incentivá-los a adotar práticas favoráveis ao clima.

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