Novo 'Planeta Marshmallow' é tão leve que poderia flutuar em uma banheira

31/10/2022 às 02:002 min de leitura

As galáxias abrigam corpos celestes com nomes para lá de curiosos, de acordo com suas peculiaridades: Planeta de Lava, Estrela de Energia Escura e Buraco Negro Primordial são alguns deles. Agora, cientistas descobriram um astro – um tanto quanto bem diferente – que pode liderar, de cabeça, essa lista. 

O Planeta TOI-3757b, cujo nome não aparenta ser nada amigável, está sendo chamado carinhosamente de “Planeta Marshmallow”. Isso porque sua densidade é de 0,27 gramas por centímetro cúbico, menos da metade da densidade de Saturno e cerca de um quarto da densidade da água, o fazendo ser comparado a um macio e fofinho marshmallow! Para se ter uma noção, se colocássemos o planeta inteiro em uma banheira gigante, ele flutuaria na água!

Características incomuns

(Fonte: Universidade de Warwick/Mark Garlick)(Fonte: Universidade de Warwick/Mark Garlick)

O exoplaneta, ou seja, um planeta situado fora do nosso Sistema Solar, foi descoberto por um telescópio do Observatório Nacional Kitt Peak, no Arizona, Estados Unidos. Situado a 580 anos-luz da Terra, o planeta está localizado na constelação de Auriga. Apesar do nome delicado, ele consegue ser maior que Júpiter e foi considerado o exoplaneta gasoso com menor densidade orbitando uma estrela anã vermelha, mais fria que o Sol e outras estrelas maiores. 

Além disso, o astro também chama a atenção por suas volumosas dimensões – possui 150 mil quilômetros de largura. Para se ter uma ideia do quão grande ele é, fica a informação: o Planeta Terra tem "apenas" 12.756 quilômetros de diâmetro. E não para por aí! O movimento de órbita que o corpo celeste faz ao redor da estrela anã é muito rápido, conseguindo completar 1 ano em apenas 3,5 dias. 

Com todas essas características bizarras, fica difícil o Planeta Marshmallow surpreender mais, certo? Errado! Os cientistas ainda estão muito intrigados com um determinado comportamento do astro. 

A estrela anã 

(Fonte: NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine/M. Zamani)(Fonte: NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine/M. Zamani)

Apesar de serem frias em relação ao nosso Sol e outras estrelas maiores, as anãs vermelhas podem ser muito ativas e emitir erupções poderosas, sendo capazes de tirar um planeta de sua atmosfera. É isso que intriga tanto os astrônomos: como um ambiente tão inóspito e perigoso como esse Sistema Estelar pode ser o "lar" de um planeta tão fofinho, levinho e de uma densidade extremamente baixa? 

Felizmente, os cientistas já trabalham com as respostas e duas hipóteses sobre a possível combinação desses corpos surgiram. A primeira diz respeito ao núcleo do astro. Sua baixa densidade pode ser explicada pela presença de poucos elementos pesados no núcleo rochoso, gerando um impacto na densidade geral do planeta após a formação. 

Já a segunda hipótese tem relação com a órbita do exoplaneta. Os cientistas sugerem que ela seja ligeiramente elíptica, ou seja, se movimente de forma oval. Dessa forma, em alguns momentos o astro está mais afastado da estrela, e em outros mais perto. Esse superaquecimento durante o trajeto pode acabar fazendo com que a atmosfera do planeta inche. 

Para Shubham Kanodia, pesquisador do Laboratório de Ciência da Terra e Planetas, da Instituição Carnegie, planetas gigantes ao redor de estrelas anãs vermelhas são tradicionalmente muito difíceis de serem formados. Entretanto, a descoberta do Planeta Marshmallow é um grande passo para entender melhor como esses astros surgem. 

A expectativa para o futuro é que o Telescópio Espacial James Webb consiga identificar de quais materiais é feita a atmosfera mais fofinha já encontrada em uma galáxia.

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