Estilo de vida
14/11/2022 às 11:00•2 min de leitura
Imagine a seguinte situação: uma tempestade solar atinge a atmosfera terrestre, abrindo uma fenda no campo magnético do nosso planeta. Parece coisa saída de algum livro de ficção científica, mas foi exatamente isso que aconteceu no dia 3 de novembro deste ano, e que resultou em uma explosão de auroras boreais rosas no céu da Noruega.
O evento é extremamente raro e fez com que partículas solares altamente energéticas penetrassem mais profundamente na atmosfera do que o normal. O resultado foi um show de luzes ainda mais incrível do que normalmente é possível ver.
(Fonte: Greenlander Tromsø)
Todos os anos, durante o outono e o inverno no hemisfério norte, os países situados acima do Círculo Polar Ártico recebem turistas de todo o mundo para ver o show de luzes no céu noturno —, também é possível ver auroras no hemisfério sul, mas a região é de mais difícil acesso. O fenômeno, conhecido como aurora boreal, acontece quando partículas dos ventos solares se encontram com os gases presentes na atmosfera do nosso planeta.
A alta demanda de curiosos que querem apreciar as luzes no céu deu origem a diversas empresas de turismo especializadas em auroras boreais. E foi durante uma das viagens organizadas por Markus Varik, um guia turístico da empresa Greenlander Tromsø, que a aurora boreal rosa foi avistada.
Segundo os relatos, as luzes vibrantes surgiram por volta das 18 horas e duraram cerca de 2 minutos. Varik, que trabalha no local há mais de uma década, já havia visto o fenômeno outras vezes, mas nunca testemunhou nada tão forte como desta vez.
(Fonte: Greenlander Tromsø)
O campo magnético do planeta nos protege da radiação cósmica que chega o tempo todo na Terra. Porém, nas regiões polares esse escudo é mais fraco, o que permite que uma parte dos ventos solares entrem na nossa atmosfera.
A maioria das auroras boreais costumam ter uma coloração esverdeada porque os ventos que passam pela magnetosfera na região dos polos costumam se concentrar entre 100 e 300 quilômetros acima da superfície da Terra. Nessa região o oxigênio é o gás em maior concentração e o seu contato com as partículas solares faz com que nós vejamos a aurora boreal na cor verde.
Porém, como a tempestade solar abriu uma fenda no campo magnético, o vento solar ficou abaixo dos 100 quilômetros, onde o nitrogênio é o gás mais abundante. Isso resultou na aurora boreal com um brilho rosa neon. A rachadura na magnetosfera da Terra também gerou auroras verdes mais fortes durante a noite.
O buraco gerado pela tempestade solar na magnetosfera fechou depois de cerca de 6 horas. Além da aurora boreal rosa, uma faixa de luz azul também surgiu nos céus acima da Suécia. Segundo relatos, a faixa se diferenciava de uma aurora, porque ficou imóvel no céu por cerca de 30 minutos. Até o momento os especialistas não chegaram a uma conclusão sobre o que teria causado esse segundo fenômeno incomum.