Ciência
03/12/2022 às 06:00•3 min de leitura
Sempre que queremos falar sobre o quão incrível a natureza é, podemos olhar para diferentes aspectos. No caso de hoje, vamos tratar de animais fascinantes, capazes de suportarem o frio extremo, adequando-se às severas condições climáticas. Cada um deles presente nesta lista utiliza técnicas específicas, denotando a complexidade da fauna mundial.
Optamos por escolher apenas animais que usam mecanismos de sobrevivência sem envolvimento de proteção contra predadores. Ou seja, os membros listados abaixo não se congelam ou manipulam seu organismo com o objetivo de afastar um inimigo, apenas para atravessar uma fase do ano. Ficou curioso? Então, confira!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Há quem brinque dizendo que as rãs-da-floresta conseguem voltar da morte, o que, na prática, não condiz com a realidade, mas não torna esse ser menos incrível. A rã-da-floresta congela até 70% do seu corpo durante o inverno, incluindo o cérebro. Seu coração, músculos e até a respiração são afetados, como se ela virasse um pequeno cubo de gelo. Mas há um truque por trás disso.
O organismo delas possuí proteínas que drenam a maior parte da água das células. Ao mesmo tempo, seu fígado produz glicose, que ocupa aquelas células sem água, funcionando como uma espécie de xarope, impedindo o congelamento completo. Assim, conforme o clima (e seu corpo) aquece, o organismo vai retornando ao normal.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Você provavelmente já deve ter visto fotos e vídeos de iguanas "congeladas" caindo das árvores. Isso ocorre porque, quando a temperatura cai para próximo de 0?°C, o funcionamento de seu organismo, que já é lento em virtude de serem répteis de sangue frio, diminui. Assim, elas ficam paradinhas, estáticas, mas não deixam de respirar.
No entanto, diferente da relação de outros animais com o frio, as iguanas podem morrer se forem expostas a um frio intenso por períodos superiores a dois dias. Elas acabam sujeitas a contrair doenças como pneumonia, não resistindo e morrendo, em alguns casos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Caso você esteja em uma região fria e com a presença de jacarés, e os veja estáticos, como se não ligassem para a sua presença, pode ficar tranquilo, eles não estão mortos. Isso ocorre porque, ao longo do inverno, as células sanguíneas dos jacarés congelam devido ao frio rigoroso e as baixas temperaturas da água.
Para conseguir acesso a oxigênio, eles mantêm apenas seu focinho acima da superfície. Apesar de não se moverem, conseguem manter o movimento respiratório normalmente até que a temperatura suba.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A tartaruga-pintada é uma das mais bonitas da espécie, com tiras negras e amarelas que se estendem ao longo do corpo e parte do casco. Naturais de água doce, costumam hibernar nos rios durante o inverno, conseguindo sobreviver mesmo quando a superfície está em gelo, sem que seu corpo congele.
A incrível estratégia de seu organismo é a redução da taxa metabólica para o valor mínimo, enquanto a energia é obtida pela absorção de oxigênio através da água. Aos poucos, quando a temperatura começa a subir e atinge 12?°C, a atividade metabólica vai voltando ao normal e a tartaruga-pintada pode seguir sua vida em paz.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Tenébrio é um pequeno besouro escuro, mais conhecido por pescadores em sua fase larval. Ele é um inseto muito interessante, capaz de proteger suas células do congelamento quando em baixas temperaturas.
Diferentes de outros animais que usam proteínas como anticongelantes, o tenébrio cria um anticongelante próprio à base de açúcar, conhecido como xilomanano. Quando pronto, ele se combina às substâncias oleosas do animal, criando um anticongelante que impede a produção de gelo nas células do besouro.
(Fonte: WIkimedia Commons)
O nome é complicado, mas a forma como se protege de temperaturas extremas é simples. A lagarta da mariposa-urso-lanoso-do-Ártico é conhecida por causar ferimentos na pele de outros animais se tocada, mas o que chama atenção é que vive grande parte do tempo congelada.
Basicamente, seu ciclo de vida até virar mariposa envolve se alimentar, congelar, descongelar, se alimentar e assim sucessivamente. Segundo especialistas, o açúcar presente no sangue delas atua como anticongelante, protegendo as células das baixas temperaturas.