Escavações revelam petiscos consumidos no Coliseu há 1,9 mil anos

14/12/2022 às 04:002 min de leitura

Assim como os frequentadores de estádios e ginásios da era moderna, quem ia ao Coliseu de Roma, alguns bons séculos atrás, também adorava saborear petiscos durante os espetáculos ocorridos no histórico anfiteatro romano. Restos de alguns desses lanches foram encontrados recentemente, durante escavações no território italiano.

Conforme os arqueólogos que participaram do trabalho, foram achados resquícios de uvas, pêssegos, cerejas, azeitonas, amoras, avelãs, figos e nozes, entre outros tira-gostos. Restos de carnes cozidas e até pizzas de 1,9 mil anos também faziam parte do cardápio.

Estes e outros materiais estavam nos drenos e esgotos do velho edifício, que permaneceram fechados durante séculos. Os petiscos eram provavelmente consumidos enquanto o público assistia às lutas de gladiadores e os demais eventos, de acordo com o estudo publicado em novembro.

Segundo a diretora do Coliseu, Alfonsina Russo, as descobertas permitem conhecer um pouco do comportamento dos cidadãos da Roma antiga. “Elas aprofundam a nossa compreensão sobre a experiência e os hábitos de quem veio a este local durante os longos dias dedicados às apresentações”, destacou.

O que mais foi achado por lá?

Além dos lanches de quem frequentava o Coliseu, os arqueólogos encontraram vários outros objetos durante as escavações. Dezenas de moedas de bronze do período entre os séculos III e VII e uma moeda de prata rara, lançada em comemoração aos 10 anos do governo do imperador Marco Aurélio, estavam entre elas.

Mas o que mais chamou a atenção dos especialistas foram as ossadas de animais, como leões, ursos, leopardos, avestruzes, galinhas e porcos. Restos mortais de cães de diferentes portes também foram achados, incluindo os ossos pertencentes a uma raça que se assemelha ao cão salsicha.

(Fonte: Unsplash)(Fonte: Unsplash)

Os pesquisadores acreditam que esses bichos eram utilizados para entreter o público de variadas maneiras, seja participando de lutas entre animais ou em representações teatrais baseadas na mitologia clássica, que também faziam parte dos espetáculos. Simulações de batalhas marítimas e caças de animais selvagens eram alguns dos outros eventos.

As escavações nos esgotos do Anfiteatro Flaviano, como a arena também é conhecida, revelou ainda alguns restos de plantas. Elas faziam parte da decoração interna da construção, que tinha capacidade para 50 mil pessoas, e também estavam presentes na região ao redor, segundo o estudo.

Robôs ajudaram na descoberta

Realizado ao longo de um ano, o trabalho de escavação nas áreas subterrâneas do Coliseu contou com uma ajudinha tecnológica. Os arqueólogos usaram robôs para navegar pelo complexo sistema de drenagem da arena, devido à água, lama e outros obstáculos que dificultaram a pesquisa.

Eles concentraram os esforços em passagens e túneis no setor sul do anfiteatro, onde duas seções externas desmoronaram na Idade Média e podem guardar ainda vários outros segredos da arena que recebeu os últimos jogos por volta do ano 523. Atualmente, a estrutura é um dos pontos turísticos mais visitados da capital italiana.

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