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18/01/2023 às 07:06•2 min de leitura
Ao traçar as origens e a linhagem de algumas das espécies modernas de tartarugas gigantes que vivem em Madagascar, um grupo de pesquisadores acabou realizando uma nova descoberta impressionante: uma espécie extinta de tartaruga que até então era desconhecida pela ciência.
Conforme publicado na Science Advances, a espécie foi apelidada de Astrochelys rogerbouri e foi extinta há mais de 600 anos. No entanto, os pesquisadores acreditam que, ao estudar essa espécie recém-descoberta, eles podem encontrar novas maneiras de aprender sobre as características de seus descendentes modernos.
(Fonte: Shutterstock)
A nova espécie só foi ser descoberta graças a análise feita sobre um fóssil encontrado há mais de 100 anos, mas que na época se pensava ser apenas um osso juvenil da perna da tartaruga gigante Aldabrachelys abrupta — uma espécie totalmente diferente.
Avanços científicos modernos, no entanto, permitiram que a equipe do Museu de História Natural do Reino Unido conduzisse uma análise de DNA no fóssil, revelando se tratar de uma espécie inteiramente nova de tartaruga. Os pesquisadores determinaram que a Astrochelys rogerbouri, como muitas outras espécies de tartarugas gigantes, foi provavelmente levada à extinção após a chegada dos humanos em Madagascar e outras ilhas do Oceano Índico Ocidental.
O que o grupo de pesquisadores não sabe, entretanto, é se essa extinção começou quando os primeiros habitantes chegaram na Ásia ou se ocorreu mais tarde, com a chegada dos europeus na região. Conforme divulgado no documento, o espécime analisado como parte do estudo tinha cerca de 1 mil anos.
(Fonte: Shutterstock)
Em entrevista à Live Science, a coautora do estudo, Karen Samonds, falou um pouco sobre como foi o processo de descoberta da nova espécie. "À medida que obtemos uma tecnologia cada vez melhor, somos capazes de fornecer diferentes tipos de dados que muitas vezes mudam nossa perspectiva. É realmente emocionante descobrir um novo membro da comunidade", declarou.
Um fato interessante é que as ilhas do oeste do Oceano Índico já serviram de lar para uma abundância de tartarugas gigantes, muitas das quais pesavam mais de 270 kg. Esses enormes herbívoros também tiveram um grande impacto no ecossistema natural das ilhas, visto que as cerca de 100 mil tartarugas gigantes que vivem no atol de Aldabra são responsáveis por devorar 11,7 milhões de kg de matéria vegetal a cada ano.
Os exploradores começaram a coletar fósseis de tartarugas gigantes no século XVII. Contudo, grande parte da população nativa de tartarugas de Madagascar passou a desaparecer quando os colonos do sudeste asiático tomaram conta das ilhas. No século XIX, quando os europeus chegaram às ilhas da região, as tartarugas eram regularmente colhidas para alimentação e criação de outras substâncias.
Os pesquisadores esperam que, com análises mais profundas sobre o fóssil recém-descoberto, seja possível descobrir novas informações sobre como tartarugas como a Astrochelys rogerbouri sofreram nas mãos dos humanos e foram sumindo do mapa aos poucos.