Ciência
10/02/2023 às 11:00•2 min de leitura
Ainda que para nós tudo pareça estático, a verdade é que debaixo dos nossos pés, quilômetros e quilômetros abaixo do solo, as coisas estão em movimento. E é justamente esta movimentação que causa os terremotos.
Nos últimos dias, a Turquia e o noroeste da Síria foram atingidos por terremotos devastadores que deixou os países e seus residentes em pânico. Estes tremores de terra podem ter diferentes níveis de força, medidos pela escala de magnitude, a famosa Escala Richter, que atribui diferentes valores às variadas intensidades de energia liberada pelo movimento e atrito entre placas tectônicas e falhas geológicas.
Com isso em mente vem a pergunta: o quão forte pode ser um terremoto?
Terremotos podem não ser tão poderosos quanto nos filmes, mas ainda assim podem causar grandes estragos. (Fonte: Getty Images)
Quando se fala no poder da energia liberada pelos tremores de terra, temos duas notícias: uma boa e a outra ruim. A boa é que, terremotos jamais serão tão destrutivos quanto o visto em certas produções dos cinemas. A ruim é que, ainda assim, o poder de destruição pode ser imenso.
Usemos como exemplo uma ocorrência de décadas atrás, quando o sul do Chile tremeu violentamente e chegou a ser alvo de uma tsunami. Na ocasião, mais especificamente em maio de 1960, pessoas relataram ter dificuldade até mesmo para ficar de pé enquanto temiam pelo pior, acreditando que a Guerra Fria havia escalado para um conflito nuclear — com o assustador poder das bombas atômicas tendo alcançado o território sul-americano.
Os tremores no Chile não foram brincadeira, tendo alcançado magnitude 9,5. O terremoto foi então batizado como Valdivia, fazendo alusão à cidade localizada mais próxima ao epicentro, e é até hoje o tremor mais violento já registrado. Mas será que dá para ficar ainda pior? Seria possível um terremoto mais poderoso do que o Valdivia?
Gráfico mostra movimentação em falha geológica causando deslizamento próximo ao epicentro de terremoto. (Fonte: United States Geological Survey/Reprodução)
Geocientistas apontam que sim, é possível existir um tremor mais poderoso do que aquele que atingiu o sul do Chile em 1960. Porém, as chances de algo assim ocorrer são baixas. Segundo a geóloga Wendy Bohon, seria necessária uma enorme movimentação na região das falhas geológicas, que são os espaços entre diferentes placas tectônicas ou até mesmo rachaduras em uma placa específica.
Para que um tremor como aquele de Valdivia ocorra novamente, alcançando magnitude 9,5, estes movimentos teriam de acontecer por uma área imensa, com vários quilômetros de extensão e profundidade. De acordo com Bohon, atualmente não há tantos lugares no planeta onde isto possa vir a acontecer e, por isso, as chances de acontecer um terremoto de magnitude 10 são baixíssimas.
Embora muita gente ainda acredite que nosso país está livre de terremotos, sendo no máximo atingido por resquícios de tremores ocorridos em países vizinhos, a verdade é que terremotos já foram registrados várias vezes aqui no Brasil. O mais recente, por exemplo, foi registrado no Acre no dia 7 de junho de 2022, com magnitude de 6,5.