Ciência
29/03/2023 às 09:01•3 min de leitura
Você, como a maioria das pessoas, associa veneno a uma pequena quantidade de animais, geralmente cobras, aranhas e escorpiões, correto? Tudo bem, esses animais realmente carregam veneno. No entanto, nem todos os animais venenosos e peçonhentos são tão óbvios, parte deles, inclusive, você dificilmente acreditaria carregarem toxicidade.
Para provar a você, nobre leitor, que quem vê cara não vê coração (ou, neste caso, não sente veneno), elaboramos uma lista caprichosa com animais que realmente não parecem, mas são extremamente venenosos e/ou tóxicos. Confira.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Curioso imaginar que uma ave é capaz de ser venenosa, não é? Por o pitohui, essa ave laranja e preta encontrada na Nova Guiné, é um exemplo curioso de pássaro tóxico. Apesar do jeitão meio inofensivo, sua pele e penas contêm neurotoxinas, muito parecidas com as encontradas em sapos venenosos.
Ainda que não haja relatos de mortes pelo contato com o pitohui, o animal costuma ser evitado por caçadores, já que seu veneno é capaz de causar incômodos ao sistema nervoso, levando à paralisia e parada cardíaca.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O nome é bonito e o animal ainda mais. As cores vivas do periquito-da-carolina, uma das três espécies de papagaios nativas dos Estados Unidos, podiam enganar. Mas essa ave, extinta no início do século XX, tinha o corpo considerado venenoso.
A origem do veneno, segundo pesquisadores, estaria na alimentação do pássaro, que tinha o hábito de comer carrapichão, uma planta nativa espinhosa e muito tóxica.
Relatos de naturalistas do século XIX mostram que animais que atacavam o periquito-da-carolina morriam, vítimas do veneno entranhado no corpo da ave. Isso sugere que tenha servido de proteção contra predadores, mas infelizmente não contra a extinção.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Outro animal que pode nos enganar pela sua beleza é a borboleta-monarca, espécie da família dos ninfalídeos, da subfamília dos danaíneos, que se alimenta de uma planta tóxica chamada serralha, muito usada para fins medicinais. Essa ingestão ocorre, de modo principal, durante o estágio de lagarta.
Elas carregam já no estágio de borboleta, principalmente em suas asas coloridas. Em contato com o veneno em grandes quantidades, você pode experienciar náuseas, vômitos, alterações na visa e até problemas cardíacos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Barracuda é muito mais que a música mais famosa da banda Heart, é também uma espécie de peixe alongado e fino. Se sua cara feia e seus dentes afiados já assustam, precisamos avisar que não é recomendado ingerir a carne deste pequeno animal marinho.
Ainda que não sejam naturalmente tóxicas, elas possuem em sua dieta dinoflagelados, organismos unicelulares conhecidos como microalgas. Um deles, o Gambierdiscus toxicus, possui toxinas que podem se acumular na carne das barracudas.
Comer um peixe contaminado com esse veneno pode fazer você desenvolver ciguatera, uma doença caracterizada por diarréia, cólicas, vômitos e muita dor.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Há quem brinque e chame o ifrit-de-capa-azul de uma arma química ambulante. Isso porque esse pássaro colorido e com o topo da cabeça azulada, característico de florestas tropicais, costuma ter o corpo venenoso, fruto de sua alimentação. Ao ingerir besouros com batracotoxina, semelhante à toxina de sapos, o pássaro fica com pernas, barrica e penas do peito contaminadas.
Ela não faz mal ao ifrit-de-capa-azul, inclusive auxilia na proteção contra predadores, mas quem decide se alimentar do bichano pode ficar com formigamento e dormência na boca, semelhante ao que acontece quando ingerimos uma pimenta muito ardida.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Tartaruga-de-pente, tartaruga-legítima ou tartaruga-verdadeira, todos os nomes se referem ao belo animal da foto, ameaçado de extinção. Encontrada em oceanos tropicais, elas não são comedoras exigentes: colocam para dentro algas, animais marinhos invertebrados e outras ervas marinhas.
Acontece que seu prato predileto são esponjas, incluindo algumas espécies tóxicas. Se não causam mal às tartarugas-de-pente, elas podem fazem mal a quem delas se alimenta. As toxinas das esponjas se acumulam na gordura das tartarugas, que são pratos típicos em alguns países. Alimentar-se delas podem causar intoxicação severa, levando até mesmo à morte.