Ancestralidade brasileira: qual é o nosso perfil genético?

05/04/2023 às 10:002 min de leitura

O Brasil é um país conhecido pela diversidade cultural e étnica, resultado da mistura de diferentes povos ao longo da história. Mas qual é a história genética desse povo? É essa a pergunta que o primeiro estudo genético feito em laboratório no Brasil, pela Genera, laboratório especializado em genômica pessoal, busca responder. 

Com base em um banco de dados de mais de 200 mil DNAs analisados, o estudo traz uma análise detalhada das origens, da ancestralidade e, por consequência, da história do povo brasileiro, incluindo comparações com países vizinhos como Argentina e Uruguai.

Um país plural

O Brasil tem várias influências em sua ancestralidade. (Fonte: GettyImages/Reprodução)O Brasil tem várias influências em sua ancestralidade. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

O resultado nos apresenta que o povo brasileiro é uma mistura de diferentes grupos étnicos, como europeus, africanos e indígenas. Até aí, nenhuma novidade.

De acordo com o estudo, os brasileiros possuem ancestralidade média de 72% da Europa, seguida de 11% da África e 6,5% da América. Também há traços de Oriente Médio, com 5,48%, e Ásia, com 2%. Uma surpresa interessante é que, em média, os brasileiros possuem 2,7% de ancestralidade judaica.

Dentre os 72% de ancestralidade europeia, a Ibéria, região que abrange Portugal e Espanha, é responsável por 28%. Já a Europa Ocidental responde por 21%, com a Itália representando 11%. Outras regiões da Europa também estão presentes no DNA do brasileiro, como 3% dos Bálcãs, 3% da Europa Oriental e 2% da Sardenha.

Mas a ancestralidade brasileira não é apenas europeia. O estudo revela que a Amazônia representa 2,8% dos povos originários das Américas na ancestralidade brasileira, seguida de 1,77% dos povos da América Andina.

Comparando as regiões

Os povos originários estão presentes na formação dos povos das Américas. (Fonte: GettyImage/Reprodução)Os povos originários estão presentes na formação dos povos das Américas. (Fonte: GettyImage/Reprodução)

Os resultados mostram que a maior parte da população brasileira tem ancestralidade europeia, com destaque para a região Sul do país, onde mais de 80% dos indivíduos descendem de europeus. Já as regiões Norte e Nordeste apresentam maior diversidade genética, com uma mistura significativa de ancestralidades africana e indígena.

O estudo também apresenta detalhes sobre as regiões que mais integram a ancestralidade africana. Cerca de 3,8% dos brasileiros possuem ancestralidade da Costa da Mina, área do Golfo de Guiné, onde atualmente estão Gana, Togo, Benin e Nigéria, região essa que era a origem de boa parte dos escravizados que vinham para cá. Outros 3,4% possuem ancestralidade da África Ocidental, enquanto 1,5% possuem ancestralidade da África Oriental.

Em relação à ancestralidade das Américas, a Argentina apresenta uma maior incidência dos povos originários, com 12,59%, seguida do Uruguai com 6,73% e do Brasil com 6,56%. Já a incidência de ancestralidade africana é maior no Brasil, correspondendo a 10,95% da amostragem dos brasileiros, em comparação a 1,13% da Argentina e 1,94% do Uruguai. 

Esses dados refletem as diferentes formas de colonização e miscigenação que ocorreram em cada um dos países, evidenciando a riqueza da diversidade étnica e cultural da América Latina.

Fonte

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