Artes/cultura
11/04/2023 às 12:00•3 min de leitura
O Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da NASA anunciou esse ano que um asteroide chamado DW 2023, com cerca de 46 metros de comprimento, pode colidir com a Terra em fevereiro de 2046.
Existe uma chance em 560 de o pedaço de rocha impactar o planeta na data prevista, sendo classificado nível 1 na Escala de Turim que, como a Escala Richter para a intensidade de terremotos, mede a probabilidade de um asteroide atingir a Terra. Devido a sua escala nível 1, os cientistas não estão muito preocupados com o impacto do DW.
Os 1.500 asteroides já rastreados foram até então classificados como zero, não apresentando nenhuma chance de colidir com o planeta, mas isso não significa que o status não possa mudar.
(Fonte: LiveScience/Reprodução)
A Escala de Turim foi implementada no final da década de 1990 para avaliar não só a chance de um asteroide colidir com a Terra, mas também o quão desastroso isso poderia ser se acontecesse.
A ferramenta recebeu esse nome porque foi introduzida durante a conferência internacional sobre objetos próximos da Terra, que aconteceu em 1999, em Turim, na Itália. Assim como na famosa Escala Richter, entre o nível 0 e 1 fica a Zona Verde e a Zona Branca, em que a probabilidade de uma colisão é tão baixa que é improvável de acontecer.
(Fonte: Newsweek/Reprodução)
Entre o nível 2 e 4 está a Zona Amarela, que merece atenção dos astrônomos porque um objeto rochoso está fazendo uma passagem um tanto próxima, mas não muito incomum, da Terra. Nesse caso, se for considerado um nível 2, ainda não há motivo para atenção ou preocupação do público e das autoridades, pois uma colisão real ainda é muito improvável, embora mereça atenção dos estudiosos.
Um nível 3 na escala determina que há uma chance de 1% ou mais de colisão, capaz de destruição localizada, porém com chance de essa observação levar à redesignação para o nível 0. O público e autoridades só devem saber sobre isso se o encontro estiver a menos de uma década de distância. O mesmo se aplica ao nível 4.
O problema se torna real mesmo na Zona Laranja, do nível 5 a 7, considerada um estado de atenção para objetos classificados no nível 5, representando uma ameaça séria, mas ainda incerta, de devastação regional. Um encontro de nível 6 já representa uma catástrofe que pode ser global, embora incerta. Se isso estiver planejado para acontecer em menos de três décadas, um plano de contingência governamental pode ser justificado, não só garantido como no nível 5, por exemplo.
Todas as diretrizes também se aplicam para o nível 7, embora a ameaça que deve acontecer ainda neste século requira um planejamento de contingência internacional, especialmente para determinar se a colisão ocorrerá ou não.
(Fonte: Sky News/Reprodução)
Finalmente, entre o nível 8 e 10, está a Zona Vermelha, indicando que a colisão de um asteroide na Terra é certa. Se for classificado como um nível 8, então poderá causar destruição localizada sobre a terra ou um tsunami se estiver perto da costa. Esse tipo de evento ocorre, em média, entre uma vez a cada 50 anos e uma vez a cada mil anos. O nível 9 já pode causar uma devastação regional sem precedentes, dependendo se o impacto ocorrer no mar ou na terra, sendo que esse tipo de evento ocorre entre uma vez a cada 10 mil anos e uma vez a cada 100 mil anos.
O nível 10 é aquele que ninguém quer ouvir falar, pois significa que não só um asteroide está em rota de colisão certeira com o planeta, incapaz de ser parado, como pode causar uma catástrofe climática global capaz de destruir ou tornar incerto o futuro da civilização como conhecemos. Isso ocorre em média uma vez a cada 100 mil anos, ou com menos frequência.
(Fonte: Daily Mail/Reprodução)
Por enquanto, o asteroide DW 2023, que viaja a 25 quilômetros por segundo a cerca de 18 milhões de quilômetros da Terra, ainda não preocupa os astrônomos e está enquadrado em um nível 1, com chance de ser rebaixado para o nível 0.
Mas tudo pode mudar até 2046. Foi assim com o asteroide Chelyabinks, que atingiu a atmosfera da Terra há 10 anos, em 15 de fevereiro de 2013, e se tornou o maior impacto de um asteroide em mais de um século. O corpo rochoso feriu cerca de 1.500 pessoas ao cair na cidadezinha no interior da Rússia, lançando vidro partido das janelas que espatifaram com seu impacto por vários quilômetros.