Estilo de vida
16/04/2023 às 12:00•2 min de leitura
O jagleão é uma espécie híbrida de felino, resultado do cruzamento de uma leoa com uma onça-pintada macho, também conhecido como jaguar, impossível de acontecer na natureza. Embora ambos os pais sejam do gênero Panthera e da família Felidae, os dois animais vivem em continentes diferentes e nunca se encontraram em seu hábitat natural.
No entanto, os grandes felinos podem conviver em ambientes de proteção para animais, se acasalar e gerar filhotes devido a sua proximidade genética. É o que aconteceu no Santuário Bear Creek Wildlife, no Canadá, que registrou o nascimento de dois jagleões no início do século XXI, um feito inédito na história.
Na aparência do jagleão, os genes da onça-pintada se sobressaem nas manchas características da pele e na ausência de juba no macho. Já a estrutura do corpo, especialmente o formato da cabeça grande e larga, com orelhas curtas e arredondadas, mostram claramente que o animal é filhote de um leão.
Assim como seus pais, os dois filhotes jagleões viviam juntos, mas eram separados em períodos de cio. (Fonte: Santuário Bear Creek/Divulgação)
O nascimento dos jagleões é fruto de uma longa história de amor. A leoa Lola e o jaguar Diablo chegaram ao santuário ainda filhotes, com apenas uma semana de diferença. Eles foram alimentados com mamadeira no mesmo berçário e, por questões práticas, foram mantidos juntos enquanto cresciam.
Quando chegou a puberdade, os tratadores separaram os animais. No entanto, eles ficaram ansiosos e tristes. Lola ficou com depressão ao ponto de se recusar a comer. Então, os tratadores resolveram colocá-los juntos mais uma vez, mas sempre tomando o cuidado de separá-los enquanto a leoa estivesse em momento de cio.
Apesar dos cuidados, os dois cruzaram e nasceram a fêmea Jazhara e o macho Tsunami. Os bebês cresceram juntos e se tornaram companheiros. Muitos animais híbridos são estéreis, porém, por precaução, os jagleões eram separados quando Jazhara estava em período reprodutivo. No ano passado, Tsunami faleceu, restando apenas um jagleão no mundo.
Os ligres são criados em cativeiro em vários lugares do mundo. (Fonte: Wikimedia/Hkandy/Reprodução)
O jagleão não é o único caso de felino híbrido. O pumapardo, resultado do relacionamento entre pumas e leopardos, gera animais um pouco menores, com pernas mais curtas. A pelagem tem um tom marrom-dourado, com as manchas herdadas do leopardo. O felino híbrido chegou a ser moda nos zoológicos europeus durante o século XIX.
Alguns são frutos do cruzamento da leoa. O leopon, fruto do relacionamento com o leopardo, tem as características do corpo do pai, como as manchas, e a cabeça do leão, inclusive a juba, podendo chegar a 2,5 metros de comprimentos e 150 quilos. O tigreão, que tem o tigre como o pai, também herdou o corpo paterno com as listras e a juba do leão.
Os cruzamentos entre espécies diferentes gerou o maior felino já conhecido, o ligre. O animal é filho de uma tigresa com o leão e se parece bastante com o tigreão, com listras suaves ao longo do corpo e juba um pouco menor. No entanto, esses felinos híbridos são bem maiores e podem chegar a até 180 quilos.