Artes/cultura
29/05/2023 às 13:00•2 min de leitura
Um novo relatório produzido pela União para a Conservação da Natureza (IUCN) trouxe dados preocupantes a respeito do futuro do nosso planeta: de acordo com os pesquisadores, cerca de 28% das criaturas existentes estão ameaçadas de extinção e 48% das espécies estão atualmente em declínio populacional.
Ao todo, são 49% das espécies classificadas como estáveis e apenas 3% apresentando índices de aumento no tamanho populacional. Segundo o estudo, o esgotamento chocante das populações de seres vivos se deve em grande parte à degradação dos habitats pela atividade humana. Entenda mais sobre o caso nos próximos parágrafos!
(Fonte: GettyImages)
Em comunicado oficial, o autor do estudo, Daniel Pincheira-Donoso, realizou alguns comentários a respeito dos dados obtidos. “Este novo método de estudo e análise em escala global fornece uma imagem mais clara sobre a verdadeira extensão da erosão global da biodiversidade que a abordagem tradicional não pode oferecer”, destacou.
Segundo a coautora Catherine Finn, praticamente metade dos animais na Terra para os quais avaliações estão disponíveis apresentam declínio populacional preocupante. Para piorar a situação, até mesmo muitas das espécies animais que se acredita não estarem ameaçadas de extinção estão, na verdade, em declínio progressivo.
No total, 33% das espécies classificadas como "não ameaçadas" pela Lista Vermelha estavam em declínio, o que sugere que muitas das espécies consideradas "seguras" podem estar a um passo de entrar em extinção nas próximas décadas. Caso essas tendências permaneçam no futuro próximo, estima-se que mais de 2 mil espécies podem se tornar ameaçadas nos anos que estão por vir.
(Fonte: GettyImages)
Conforme foi apontado pelos pesquisadores, algumas regiões do mundo apresentam dados mais alarmantes a respeito da sobrevivência de suas espécies nativas. Analisando os dados, os autores do estudo puderam notar que as populações estão entrando em colapso em maior grau nas regiões tropicais.
Por outro lado, as áreas temperadas do globo apresentam mais estabilidade populacional e até mesmo alguns aumentos. O estudo também descobriu que alguns grupos taxonômicos estão com problemas mais graves do que outros. Por exemplo, 63% das espécies de anfíbios apresentaram declínio populacional, enquanto apenas 28% dos répteis tiveram o mesmo resultado.
“O cenário mostrado por essas trajetórias demográficas é um grande motivo de preocupação, pois representa uma perda real de biodiversidade, e não uma rotatividade”, acrescentaram os pesquisadores em seu comunicado. No geral, as descobertas recentes revelam algo que já era temido pelos cientistas: a biodiversidade global está entrando na chamada sexta extinção em massa.
O problema, no entanto, é que o padrão de comportamento dessa nova leva de extinção não parece ser nem um pouco natural — sobretudo pela forte influência humana nos casos. Logo, a heterogeneidade e funcionamento dos ecossistemas, persistência da biodiversidade e bem-estar humano estão sob crescente ameaça caso medidas drásticas não sejam tomadas no futuro para reverter esse quadro alarmante.