Estilo de vida
14/06/2023 às 10:00•2 min de leitura
A missão Parker Solar Probe da NASA conseguiu detectar dados a respeito das origens dos ventos solares ao voar bem perto do Sol. Estas importantes descobertas foram detalhadas em um artigo publicado na revista Nature, na primeira semana de junho.
Lançada em 2018, a espaçonave projetada para “tocar o Sol” chegou perto o suficiente da estrela para registrar o momento em que o fenômeno é gerado, na superfície do astro, capturando detalhes que desaparecem quando ele sai da coroa. Tais informações podem ajudar os cientistas a prever a ocorrência de tempestades solares.
Os dados colhidos indicam que a origem do vento solar “rápido” se dá nos buracos coronais, onde os fluxos de partículas de alta energia que correspondem aos fluxos de supergranulação circulam. Esse tipo mais veloz aparece nos polos do astro e pode alcançar velocidades de até 2,7 milhões de km/h.
(Fonte: NASA/Divulgação)
Conforme os pesquisadores que conduziram o estudo, os buracos coronais são formados em áreas nas quais as linhas do campo magnético emergem da superfície. Os ventos solares gerados por lá só atingem a Terra quando o Sol se torna ativo a cada 11 anos, liberando rajadas em direção ao planeta.
Fluxo contínuo de plasma, o vento solar é composto por partículas carregadas como elétrons e prótons, oriundas da coroa do Sol. De longo alcance, ele pode interagir com planetas e outros objetos celestes em suas formas rápida e lenta.
É este fenômeno o responsável pela geração das auroras boreal e austral, resultando em belas imagens no céu noturno, em determinadas regiões do planeta. Mas a interação das partículas que chegam do principal astro do sistema solar com a atmosfera terrestre também pode ser problemática.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
As tempestades solares, causadas por uma perturbação no campo magnético do planeta a partir de uma onda de choque de vento solar, são capazes de impactar satélites e redes de energia elétrica. Dependendo da intensidade, alguns locais podem ficar sem comunicação e luz.
Uma tempestade de nível G4 (a escala vai até 5), a mais forte dos últimos anos, atingiu a Terra em março. O evento intenso, que não foi detectado com antecedência, tornou as auroras visíveis em áreas dos Estados Unidos nas quais normalmente não é possível vê-las.
Com o Sol atingindo seu período regular de maior atividade — máximo solar — do ciclo atual em julho de 2025, as tempestades solares devem aumentar nos próximos meses. Porém, os dados obtidos pela missão da NASA poderão ajudar os cientistas a evitar vários problemas.
“Isso afetará a nossa capacidade de entender como o Sol libera energia e impulsiona as tempestades geomagnéticas, que são uma ameaça às nossas redes de comunicação”, comentou o professor da Universidade de Maryland (EUA), James Drake, em nota. Ele é um dos líderes da equipe que analisou os dados da Parker Solar Probe.