Estilo de vida
26/06/2023 às 08:00•2 min de leitura
As guerras costumam incentivar inovações tecnológicas curiosas que acabam abrindo caminhos para que máquinas extraordinárias sejam desenvolvidas. Esse é o caso dos submarinos, por exemplo.
Hoje, esses veículos complexos, normalmente usados por militares, são muito seguros e fundamentais para a proteção da soberania marítima dos países — quando bem projetados, logicamente.
Aliás, durante a Guerra da Independência dos EUA, um inventor norte-americano criou um dos antepassados do submarino moderno: o Turtle, ou "tartaruga” em tradução livre, foi um submergível inovador que ganhou elogios de figuras importantes, como George Washington.
Reconstituição do veículo exposta em museu. Fonte: Fonte: Wikemedia
David Bushnell era um pesquisador e inventor associado ao que depois viria a se tornar a Universidade de Yale, nos EUA. Ele imaginava como seriam as batalhas contra os britânicos se elas fossem travadas em baixo d’água.
Para isso, ele criou o que podemos chamar de protótipo de um submarino. Era uma cápsula com revestimento de metal, parecida com um barril. Esse equipamento não tinha motor complexo e era conduzido pelos movimentos de seu piloto. A pessoa pedalava e essa força movia hélices que impulsionavam o veículo rumo à direção desejada. Essa direção era controlada também de forma manual.
O objetivo da máquina era se aproximar dos cascos dos navios inimigos. Feito isso, começaria uma operação arriscada, que mais se parece com um roteiro de desenho animado. O veículo contava com uma espécie de broca em sua parte externa, que serviria para furar a parte de madeira do casco do navio inimigo. Feito isso, o piloto do submergível aparafusaria uma bomba nesse navio.
Feito isso, ele teria 30 minutos de oxigênio para sair de perto do explosivo. Se bem-sucedida, a operação afundaria os navios britânicos e evitaria que eles se tornassem uma ameaça.
Depois de muitos testes, o Turtle foi encaminhado à sua primeira missão. No dia 7 de setembro de 1776, o veículo foi enviado para afundar a fragata britânica HMS Eagle. Tratava-se de um imponente navio, com poder de destruição elevado, pois contava com mais de 60 canhões acoplados em sua estrutura. Ele estava atracado no porto de Nova York.
O submergível foi bem-sucedido em boa parte da missão. No entanto, falhou na hora de instalar a bomba na fragata britânica. A broca não atingiu a parte de madeira do casco, mas, sim, a de metal. Isso fez com que o explosivo não conseguisse ser instalado. Como ele já havia sido acionado, o piloto do veículo precisou se afastar do local rapidamente para que não fosse atingido.
Apesar do fracasso, os britânicos foram assustados com a explosão, que criou uma coluna de água e um barulho gigantescos — o que teria divertido os militares dos EUA.
O Turtle foi enviado a mais duas missões, mas não logrou êxito em nenhuma delas. Ainda em 1776, os britânicos afundaram o navio que o transportava. Não há registros oficiais sobre sua possível recuperação pelos colonos estadunidenses, sendo que o mais provável é que ele esteja no fundo do mar.