Peça de grafite de 42 mil anos é arte fálica mais velha do mundo

26/06/2023 às 11:002 min de leitura

Um artefato encontrado nas montanhas Khangai, na Mongólia, chamou a atenção por seu curioso formato: o de um falo. De acordo com os arqueólogos que desbravaram a região, um pedaço de grafite descoberto de aproximadamente 42 mil anos potencialmente seria a amostra de arte fálica mais antiga conhecida no mundo todo.

O objeto possui aproximadamente 4 centímetros e foi detalhadamente esculpido. Em um estudo publicado na Scientific Reports, especialistas destacam que o artista responsável pelo trabalho parece ter tido o cuidado de esculpir um sulco para fazer a uretra e diferenciar a glande do eixo do pênis. Entenda mais sobre essa curiosa história nos próximos parágrafos!

Descoberta da arte fálica

(Fonte: Solange Rigaud/Divulgação)(Fonte: Solange Rigaud/Divulgação)

Segunda a arqueóloga da Universidade de Bordeaux e a principal autora do estudo, Solange Rigaud, a análise feita sobre o artefato mostra que a escultura de grafite provavelmente era usada como pingente para algum colar no passado. Além disso, ela destacou que os detalhes marcantes da peça dão a entender que ela, de fato, faz referência a um falo. 

“Nosso argumento é que, quando você quer representar algo de forma abstrata, você escolhe características muito específicas que realmente caracterizam o que você quer representar”, explicou. Rigaud ainda suspeita que o pingente era um bem valioso para quem um dia já o possuiu. 

O grafite usado para a confecção da arte só pode ser encontrado a 100 km de distância da região do sítio arqueológico, e o desgaste em um dos lados da pedra dá a entender que alguém frequentemente o usava em volta do pescoço. Nesse sentido, os pesquisadores acreditam que o pingente tenha sido parte de uma herança preciosa passada de geração em geração.

Contexto do artefato

(Fonte: Solange Rigaud/Divulgação)(Fonte: Solange Rigaud/Divulgação)

Em entrevista à Live Science, Rigaud destacou que existem diversos exemplos históricos que podem ajudar a compreender mais sobre a função do artefato encontrado na Mongólia, mas que nenhuma resposta pode ser considerada óbvia.

Durante séculos, os falos desempenharam um importante papel simbólico em culturas posteriores. Para gregos e romanos, por exemplo, as imagens fálicas eram vistas como uma forma de atrair boa sorte, afastar o mal, garantir fertilidade e até mesmo significar abundância na vida.

"É possível que essa pessoa usasse um enfeite corporal como forma de transmitir informações a outras pessoas, mostrando sua identidade de grupo, ou tivesse um significado pessoal para o usuário", disse

Nesse sentido, imagens fálicas não apareciam somente em pingentes como o grafite mongol, mas também em afrescos e mosaicos. Por esse motivo, os pesquisadores têm em mente que o artefato recém-descoberto muito provavelmente pode ter cumprido uma função semelhante às citadas anteriormente.

Na visão dos pesquisadores, existe uma grande possibilidade da escultura de grafite descoberta na Mongólia ser a "representação antropomórfica sexuada mais antiga conhecida por nós", o que é um feito completamente histórico apesar de não qualificá-lo como o pingente mais antigo já conhecido pela humanidade.

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