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30/06/2023 às 13:00•2 min de leitura
Os beija-flores, pequenas aves vibrantes e cheias de energia, são conhecidos por sua habilidade impressionante de voar em alta velocidade e com extrema precisão. Isso é possível graças ao seu metabolismo acelerado, que lhes permite consumir grandes quantidades de néctar, uma importante fonte de energia.
Mas será que essa substância, vital para sua sobrevivência, pode se transformar em uma bebida alcoólica para os miudinhos? É o que uma equipe dedicada de pesquisadores dos Estados Unidos e do México está tentando descobrir.
(Fonte: GettyImages/Reprodução)
O néctar é uma solução açucarada produzida pelas plantas para atrair polinizadores, como os beija-flores. No entanto, quando ele é exposto ao ar, pode sofrer um processo de fermentação causado por leveduras e bactérias, resultando em uma concentração de álcool que pode variar de 0,6% a 3,6%. Isso significa que algumas destas aves podem estar ingerindo doses equivalentes a uma cerveja ou um vinho.
As repercussões dessa substância fermentada no organismo das criaturas voadoras ainda são incertas, mas os cientistas especulam que possam impactar o comportamento, a fisiologia e até a continuidade da espécie. De um lado, esse composto etílico interfere na coordenação motora, na regulação térmica e na habilidade de evadir-se de predadores. Por outro, ele também incrementa o valor nutricional e induz uma sensação de prazer.
Para testar essas hipóteses, os cientistas estão realizando uma série de experimentos em campo e em laboratório, envolvendo diferentes espécies e diferentes concentrações de álcool no néctar. Eles pretendem medir os efeitos no metabolismo, na temperatura corporal, na frequência cardíaca, na respiração, no equilíbrio e na cognição das aves.
(Fonte: GettyImages/Reprodução)
Os pesquisadores afirmam que este é o primeiro estudo a investigar os efeitos dessa substância fermentada no néctar sobre os beija-flores, e que ele pode contribuir para entender melhor a ecologia desse composto no mundo natural. Segundo eles, o álcool pode ter um papel importante na evolução das relações entre plantas e animais, e na adaptação dos organismos a diferentes ambientes.
Essa investigação também pode ter consequências para a preservação dessas aves ágeis, que enfrentam várias ameaças, como a degradação de habitat, alterações climáticas e doenças. A equipe de estudo almeja que suas descobertas contribuam para a formulação de estratégias efetivas na proteção dessas criaturas encantadoras e na manutenção de seus serviços ecossistêmicos.