Artes/cultura
13/07/2023 às 04:00•2 min de leitura
Onipresentes em nossas casas, a maioria dos microrganismos é alegremente ingerida por nós, sem que consigamos ao menos distinguir entre bactérias, fungos, vírus, ácaros, algas ou protozoários. No caso dos fungos, embora indetectáveis a olho nu devido ao seu tamanho microscópico, eles provocam manchas coloridas com odor terroso e desagradável: o mofo.
Embora a cor não represente um indicador 100% confiável de toxicidade, ela pode fornecer algumas informações úteis sobre a espécie de fungo presente, formas de infestação e até mesmo níveis de risco para seres humanos.
Confira abaixo as colorações mais comuns de mofo.
Fonte: GettyImages.
O mofo preto está ligado à umidade e é geralmente associado à produção de substâncias tóxicas para os seres humanos e animais, chamadas micotoxinas. Causada na maioria das vezes pelo fungo Stachybotrys chartarum, essa infestação escura pode dar início a uma série de problemas de saúde, principalmente em pessoas com alergias, asma ou sistemas imunológicos comprometidos.
Como existem alguns tipos de mofo preto inócuos ou de baixo risco para a saúde, como o Aureobasidium pullulan, é importante consultar um profissional da área para avaliar a urgência da remoção.
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O mofo azul-esverdeado é aquele que surpreendemos muitas vezes em uma laranja na fruteira. Ele é resultado do acúmulo do Penicillium, o fungo conhecido por produzir o insight da penicilina em Alexander Fleming e também pela coloração de alguns queijos como roquefort e o gorgonzola.
Apesar de nem todas as espécies de Penicillium serem prejudiciais à saúde, algumas delas são capazes de produzir micotoxinas, o que demanda buscar profissionais especializados, para evitar a infestação.
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Produzindo um tipo de mofos com manchas amarelas, marrons ou alaranjadas, os fungos Stemphylium e Epicoccum são uma classe de organismos que prosperam na luz, ao contrário da maioria dos seus "irmãos".
Isso ocorre porque alguns patógenos de plantas usam a luz ultravioleta como gatilho para produzir seus esporos, escondendo depois seu DNA em conchas de melanina. Esses fungos não produzem toxinas significativas para a saúde humana.
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Espécie mais comum em nossas cozinhas, o mofo verde aparece geralmente como manchas em pães, bolos e outros alimentos. Às vezes, somos tentados a cortar a parte comprometida e comer o resto, mas isso não é recomendável porque as raízes desses fungos, conhecidas como "micélios", são filamentos finos que penetram profundamente no alimento.
Os habitantes do tufo verde são geralmente fungos Aspergillus, que possuem várias espécies, algumas perigosas à saúde humana, outras benéficas. Outro "verdinho" é o Trichoderma, ou "pele peluda" em latim, que são inócuos para humanos, mas causam doenças em plantas.
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O chamado "bolor vermelho do pão" é o fungo filamentoso chamado Neurospora, não perigoso para seres humanos, e muito estudado por cientistas como organismo modelo em estudos genéticos e bioquímicos.
Nesse espectro, há também o Fusarium, responsável pela coloração roxa do arroz estragado, e uma bactéria chamada Serratia, de cor rosa, conhecida como devoradora... de resíduos de sabonetes de banheiros, e também não patogênica para seres humanos.
Fonte: Encyclopedia of Life.
O fungo branco (não pigmentado) é caracterizado por crescimentos brancos brilhantes em forma de árvore, geralmente causado em infecções de insetos, como mariposas e cigarras, pelo chamado Isaria farinosa.
Embora perigoso para esses insetos, a ponto de ser considerado um agente de controle biológico natural, o fungo não apresenta riscos para a saúde humana.