Como as câmeras usadas em testes nucleares resistiram às explosões?

02/08/2023 às 09:002 min de leitura

Com a história do físico Robert Oppenheimer cada vez mais em alta em 2023, falar sobre bombas atômicas tornou-se um tópico bastante relevante neste ano. Sobretudo porque existe um grande acervo histórico sobre o tema, o que inclui fotos incríveis sobre grande parte dos testes nucleares feitos pelos Estados Unidos da América. 

Contudo, os famosos conspiracionistas da internet parecem ter lançado a mais nova teoria da conspiração do momento: como as câmeras que filmaram tais explosões não foram destruídas? Embora essa pergunta faça tudo parecer armação, houve um grande planejamento entre os cientistas para que fosse possível obter imagens genuínas desses feitos históricos. Entenda só como tudo aconteceu!

Documentação das explosões

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Para quem se questiona pela primeira vez sobre o uso de câmeras fotográficas em testes nucleares, tudo faz parecer que aquelas imagens que tanto vimos em livros de história foram forjadas como propaganda política — a mesma linha de raciocínio usada por conspiracionistas para tentar negar as provas de que o homem pisou na Lua.

Afinal, como é possível um objeto tão delicado sobreviver a uma explosão capaz de varrer uma cidade inteira? Principalmente quando a tecnologia não era tão avançada quanto hoje. Teriam os EUA falsificado essa história inteira? A resposta curta e grossa é não, tudo realmente aconteceu.

E como provar que não vivemos uma mentira? Existem centenas de fontes documentando a história nuclear do país, incluindo como as explosões de teste foram filmadas. As evidências são tamanhas que até mesmo livros sobre o assunto já foram escritos para explorar cada detalhe do que aconteceu nestas datas.

Planejamento da operação

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Se tudo não foi mentira, como os EUA conseguiram estabelecer câmeras que filmassem tudo sem explodir junto de tudo que estava acontecendo? Em suma, todas as câmeras utilizadas para a filmagem dos testes foram especialmente projetadas para resistir às explosões.

Os aparelhos foram envoltos em aço e chumbo, de forma que a onda da explosão não danificasse seus circuitos. Além disso, elas foram todas posicionadas em torres fixadas em concreto para que não caíssem no chão e potencialmente fossem estragadas. Todos esses dados estão disponíveis em documentos militares abertos do país.

Em 1955, durante a chamada Operação Teapot, cerca de 48 câmeras foram instaladas em distâncias que variaram de 838 a 3,2 mil metros de distância do ponto zero da explosão. A colocação dos aparelhos em torres embutidas de concreto servia para que a interferência de poeira e entulho fosse completamente minimizada.

Por fim, é preciso ressaltar que as imagens que vemos atualmente são apenas um resultado das câmeras que sobreviveram. Ou seja, muitas delas de fato foram destruídas pelas bombas atômicas enquanto tentavam registrar a explosão mais de perto. As que ficaram de pé, por sua vez, foram responsáveis por capturar algumas das imagens mais incríveis e genuínas a respeito da história nuclear do nosso planeta.

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