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04/08/2023 às 02:00•2 min de leitura
Os humanos comemoram cada volta que nosso planeta dá em torno do Sol, ao longo de suas vidas. É o que a gente costuma chamar de aniversário. Algo que está diretamente relacionado ao conceito de ano, o período de 365 dias de translação da Terra.
Mas, como a gente aprende na escola, os planetas têm períodos de translação em torno do sol e rotação no seu próprio eixo muito diferentes. A duração de um dia e um ano em cada planeta do Sistema Solar varia bastante. Por isso, nossa idade também pode variar.
Este redator que vos escreve, por exemplo, nasceu em novembro de 1992. Então, tem 30 anos em "idade terráquea". Mas em Mercúrio, onde cada ano duram 87 dias da Terra, ele já seria um super-centenário, com 127 aniversários. Já em Netuno, onde cada ano demora 164 dos nossos, ele só apagaria sua primeira velinha no ano 2157. Vai demorar, né?
Se você quer fazer essa mesma experiência e saber quantos anos você tem em cada planeta do Sistema Solar, é só acessar o portal Exploratorium. Mas volte para este artigo para entender o porquê de toda essa diferença.
Veja bem, a conta fica ainda mais complicada quando avaliamos que os dias em cada planeta têm durações bem diferentes dos terrestres.
Quando completa 30 anos, uma pessoa viveu quase 11 mil dias na Terra — 10.957 para ser mais exato. Em Marte, onde os dias duram quase o mesmo que aqui, ela viveu 10.637 dias. Contudo, ela só teria 15 anos, já que a translação do planeta vermelho dura quase o dobro da nossa.
Em Vênus, a pessoa comemora um aniversário antes que um dia acabe, já que a rotação desse planeta demora mais que a translação. E a verdade é que a duração desses dois movimentos não tem relação alguma.
Veja bem: não existe nenhuma regra geral que governe a rotação dos planetas. Tudo depende de quão rápido o material estava girando enquanto os planetas se formavam. Porém, quando o assunto é translação, fica bem mais fácil encontrar um padrão: quanto mais longe do sol, maior a duração do ano.
Fonte: Getty Images
Essa regra foi descoberta pelos astrônomos Johannes Kepler e Tycho Brahe. Brahe observava o céu com grande habilidade, mas não tinha capacidades matemáticas para analisar os dados que coletava. Mas Kepler, analisando as observações do colega, entendeu que os planetas não se movem em círculos, mas sim em elipses.
Como as elipses são círculos achatados, isso significa que os planetas podem estar mais perto ou mais longe do sol, em diferentes partes de sua órbita. A partir disso, Kepler descobriu que o movimento ficava mais rápido quando o planeta estava mais próximo e vice-versa.
Alguns anos depois, ele compreendeu que quanto mais longe um planeta está do seu sol, mais longo tende a ser seu movimento de translação — e seu ano —, em média. Essas leis acabaram entrando para a história da ciência como as "Leis de Kepler" e são usadas até hoje para prever os movimentos dos planetas, cometas, asteroides e vários outros corpos celestes.