Estilo de vida
12/10/2023 às 04:30•2 min de leitura
Sozinhos, alguns insetos se tornam presas fáceis para uma variedade de predadores, porém em grupos eles podem até botar medo. Conheça algumas técnicas curiosas pelas quais insetos trabalham em grupo.
Formiga-de-fogo e formiga-lava-pés são termos utilizados para se referir a mais de 20 espécies de formigas do gênero Solenopsis. Conhecidas pelo seu tom mais avermelhado e pela agressividade, inclusive contra animais vertebrados, as formiga-lava-pés têm uma estratégia única para se deslocar longas distâncias em rios: criar botes.
Os botes, obviamente, não são construídos de madeira ou de outros materiais, mas pelo próprio conjunto do grupo de formigas. Esta é uma propriedade evolutiva que veio da necessidade de mudar a colônia de lugar em face de alagamentos. As formigas podem boiar, mas são péssimas nadadoras. Assim, quando se molham, atraem e grudam em outras formigas do grupo, formando um grande bote de formigas. A medida que o grupo cresce, elas dão o formato ideal para o bote, para que este se desloque pelo melhor caminho até achar uma margem e poder refundar a colônia.
Outro exemplo de trabalho em grupo de formigas vem das formigas-legionárias. Elas são conhecidas por formar grandes grupos de forrageamento que podem incluir milhares de indivíduos. Este grupo se move como um para encontrar alimentos. Além disso, elas podem construir pontes vivas com seus próprios corpos para superar obstáculos, como galhos, poças e rios.
(Fonte: Getty Images)
Algumas espécies de lagartas de mariposas presentes na Europa e na Austrália se deslocam por grandes distâncias para botar ovos e procurar comida. Caso fizessem isso sozinhas, seriam presas fáceis para uma infinidade de predadores.
Mas elas têm uma tática de grupo — se unem em um grande comboio para viajar. Este funciona de duas maneiras: por um lado se assemelha a uma cobra ou outro animal, afastando predadores menores; por outro, as larvas acobertam e protegem umas às outras com pequenos pelos que causam irritação em humanos e podem ser fatais para outros insetos que encostam neles.
Grupo de borboletas-monarca. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
As borboletas-monarca também utilizam técnicas de grupo para viajar. Durante suas migrações, elas viajam nos chamados “superaglomerados”, que podem conter até milhões de indivíduos. Este grupo é menos visado por predadores, além de servir para o encontro para fins reprodutivos da espécie.
Abelhas-gigantes são uma espécie em extinção, mas mesmo assim elas têm uma forma curiosa de se defender de predadores naturais, como pássaros e vespas. Estas abelhas se caracterizam por fazer ninhos abertos, o que, por um lado, facilita a evolução, mas por outro, as deixa suscetíveis a ataques.
Quando em perigo, as abelhas se juntam no ninho e fazem ondas similares a uma “ola” em um estádio. Em pequenos movimentos coordenados, elas batem as asas e dão a impressão de se levantar. Estes movimentos rápidos assustam e afastam vespas e outros predadores.
Outra relação simbiótica curiosa na natureza é a de formigas e pulgões, ou afídeos. Estes se alimentam de seiva e secretam um líquido bastante doce, que serve de alimento para as formigas. Para ter este “prato” sempre disponível, algumas espécies de formigas protegem e afastam os predadores de pulgões.