Estilo de vida
08/11/2023 às 11:00•2 min de leitura
Durante uma pesquisa sobre a diversidade de peixes cavernosos em Gizhou, na China, um grupo de cientistas coletou 32 tipos de animais até então desconhecidos, entre eles, 15 que pertencem a uma espécie denominada Sinocyclocheilus longicornus sp. nov. O nome é estranho à primeira vista, mas pode ser melhor entendido quando dividido entre longus, que significa "longo" e cornu, que significa "chifre".
Com essa descoberta, o número de espécies conhecidas pertencentes a esse gênero sobre para 77. Entre essas, 13 já foram identificadas na mesma província de Guizhou, China, onde a nova espécie foi encontrada.
(Fonte: Luo Xu Wu Zhou Zhou)
No entanto, apesar da grande quantidade de espécimes desse gênero, o Sinocyclocheilus longicornus sp. nov. tem uma característica que o difere dos demais: trata-se de uma estrutura que se assemelha a um chifre na testa e olhos pequenos e pouco desenvolvidos, que tornam os animais praticamente cegos – o que acaba por não fazer tanta diferença por conta da escuridão das cavernas onde eles habitam.
O chifre pode estar relacionado à vivência nesse habitat, um local bastante peculiar — a piscina subterrânea onde a nova espécie foi encontrada tem apenas 1,8 metros de largura e menos de um metro de profundidade. A estrutura pode estar ligada à vivência do peixe nesse ambiente de espaço tão limitado.
Cientistas analisam relação da nova espécie com outras já encontradas (Fonte: Getty Images / Reprodução)
Os peixes cavernosos exibem características morfológicas únicas em diferentes partes do mundo. No México, por exemplo, alguns chamam a atenção devido à forma avantajada, o que tem auxiliado cientistas, inclusive, no estudo da obesidade humana. Na Tailândia, algumas espécies aprenderam até a caminhar e escalar.
O Sinocyclocheilus longicornus sp. nov. tem entre 10,5 a 14,6 centímetros de comprimento e não tem pigmentação nas escamas. Essas características dão aos animais uma aparência esbranquiçada, praticamente fantasmagórica. A análise genética revelou que a espécie não tem ligação com outras espécies de chifres longos do mesmo gênero.
Agora, os pesquisadores esperam que a comparação das condições ambientais com essas outras espécies possa fornecer pistas sobre a função exata do chifre e seu papel na adaptação ao ambiente das cavernas.