Fêmea de tubarão deu à luz um filhote sem fecundação

A partenogênese é o nome dado quando a fêmea de alguma espécie é capaz de gerar descendentes sem depender dos gametas masculinos. As fêmeas de espécies capazes de realizar partenogênese podem produzir ovos que contêm todas as informações genéticas necessárias para a reprodução. 

Mamíferos não podem se reproduzir dessa maneira, pois dependem que certos genes venham do espermatozoide para que os embriões se desenvolvam. Porém, ela é bastante comum em plantas e em alguns grupos de animais como os insetos e até mesmo em diferentes vertebrados, como peixes, aves e répteis.

Apesar disso, um caso ocorrido no zoológico de Brookfield, em Chicago, chamou a atenção, por envolver uma espécie de tubarão que não é conhecida por realizar esse tipo de reprodução.

Caso raro

Filhote de tubarão-epaulette gerado por partenogênese. (Fonte: CZS-Brookfield Zoo)

No dia 1º de novembro, a equipe do zoológico anunciou que uma fêmea de tubarão-epaulette que estava há quatro anos isolada de machos, conseguiu gerar um ovo com um embrião desenvolvido. O filhote nasceu alguns meses antes, em 23 de agosto, após um período de incubação de cinco meses, sendo apenas o segundo nascimento conhecido sem fertilização relatado para a espécie.

A fêmea em questão veio de um aquário da Nova Inglaterra. Curiosamente, foi nesse mesmo aquário que o primeiro nascimento virginal de um tubarão-epaulette foi registrado. A fêmea chegou no zoológico de Brookfield em 2019 com 3 anos e atingiu a maturidade sexual no ano passado, aos 7 anos.

Segundo a equipe do zoológico, ela começou a colocar de dois a quatro ovos todos os meses desde então, até que um deles se desenvolveu em um embrião sem ser fertilizado pelo material genético de um macho.

Mães solteiras

Em abelhas, os zangões são sempre gerados a partir de embriões não fecundados. (fonte: GettyImages)

De maneira geral, a partenogênese não é um método de reprodução muito vantajoso para a maioria das espécies por não permitir que ocorra a variabilidade genética. Apesar disso, diversas espécies são capazes de se reproduzir dessa maneira.

Em tubarões, um caso foi registrado no aquário Shedd, também em Chicago. Mesmo dividindo o tanque com machos, tubarões-zebra fêmeas deram à luz filhotes gerados por partenogênese.

Mais raro ainda foi um caso registrado em 2020, quando uma fêmea de dragão-de-komodo teve filhotes sem se acasalar com um macho.

Os casos mais comuns de partenogênese no reino animal acontecem com invertebrados, como os zangões, que são todos gerados de óvulos não fecundados. Em plantas, esse tipo de reprodução também é comum e pode ser realizada de maneira artificial, quando produtores buscam manter as características de uma fruta — tamanho ou sabor, por exemplo.