Ciência
29/11/2023 às 08:00•2 min de leitura
Há cerca de 66 milhões de anos, um asteroide chamado Chicxulub caiu sobre a Terra e simplesmente aniquilou com 75% da vida existente no planeta até então. O acontecimento ficou conhecido como o evento de extinção Cretáceo-Paleogeno, e pôs fim à presença dos dinossauros na Terra. Eles já estavam por aqui há mais de 165 milhões de anos.
Contudo, nem tudo morreu neste episódio. Neste texto, compartilhamos a história de 5 honrosos sobreviventes do asteroide Chicxulub.
(Fonte: GettyImages)
Provavelmente ninguém vai se surpreender com esse dado, já que as baratas são famosas justamente por sobreviver a várias tentativas de aniquilá-las. Depois que o asteroide atingiu a Terra, três quartos de todas as espécies de animais e plantas haviam sumido, mas as baratas permaneciam por aqui, firmes e fortes.
É claro que muitas morreram, mas seus corpos pequenos e achatados são feitos para favorecer a sua sobrevivência. Como elas conseguem se enfiar em pequenas fendas de pedras, por exemplo, elas foram capazes de sobreviver ao calor e ao frio. Além disso, como são necrófagas (nome dado aos seres que comem organismos mortos), não faltavam alimentos disponíveis para elas.
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Por incrível que pareça, algumas espécies de flores seguiram crescendo na Terra depois do grande impacto do Chicxulub. Inclusive, a vida dessas plantas até melhorou depois do grande evento: acredita-se que o desenvolvimento das angiospermas (plantas espermatófitas cujas sementes são protegidas por uma estrutura que é denominada fruto) aumentou como resultado direto do desastre, o que levou à evolução das cerca de 290 mil espécies com flores.
Ainda assim, não deixa de ser um mistério, pois as angiospermas são frágeis e não têm tantas defesas quando precisam enfrentar situações extremas, como a chegada de um grande asteroide. Elas podem perecer facilmente, mas, estranhamente, foram mais fortes que dinossauros.
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Antes do impacto do grande asteroide, nem todas as cobras que conhecemos já existiam aqui na Terra. Elas estavam, sim, por aqui e rastejavam, mas eram levemente peculiares em suas características: tinham um inusitado formato em suas vértebras, o que as tornava diferentes das cobras modernas.
Com o incidente do Chicxulub, boa parte das cobras sucumbiu ao impacto. Ainda assim, as que sobraram se proliferaram e se tornaram as ancestrais das mais de 3 mil espécies de cobras que existem hoje.
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Algumas abelhas foram encontradas no âmbar que restou da era dos dinossauros, o que sugeria que elas fossem "bisavós" das abelhas atuais. Mas há um problema neste raciocínio: as abelhas tropicais só conseguem sobreviver em temperaturas entre 31 °C e 34 °C.
Assim, o inverno prolongado que ocorreu depois do impacto do asteroide pode ter eliminado todas as restantes, o que faz os pesquisadores pensarem que elas talvez não sejam realmente parentes. Ainda assim, pode-se dizer que houve insetos semelhantes às abelhas nos resquícios encontrados após a queda do Chicxulub.
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Veja que curioso: o café sobreviveu ao asteroide Chicxulub. Se ele tivesse sucumbido, provavelmente não teríamos hoje o espresso, o cappuccino ou nosso querido cafezinho.
Esta planta sobrevivente mais tarde evoluiria para o café, assim como outras culturas, como o tomate e o hortelã. Um fóssil da fruta foi encontrado recentemente pelo Museu de História Natural do Sierra College, da Califórnia. A espécie se chama Palaeophytocrene chicoensis, e pertencia a uma família conhecida de plantas que eram abundantes após o cataclismo do asteroide. Ela passou a ser considerada uma antecessora da amada bebida consumida no mundo todo.