Ornitorrinco 'fingiu' gravidez em zoológico dos EUA e depois sumiu

13/12/2023 às 11:002 min de leitura

Na manhã do dia 5 de novembro de 1953, dezenas de repórteres e fotógrafos enfrentaram ventos frios para testemunhar o que prometia ser um momento histórico para o Zoológico do Bronx: a grande revelação de um bebê ornitorrinco, que se tornaria o primeiro nascido em solo norte-americano. Ou pelo menos era isso que os atendentes do zoológico esperavam que fosse acontecer.

Ao longo do ano, o ornitorrinco fêmea que ali residia, chamada Penélope, havia dado todos os indícios de que estava grávida e que um filhote poderia nascer a qualquer momento. Após duas horas e meia escavando os túneis onde o animal vivia, os trabalhadores retiraram um pequeno ornitorrinco dali. A multidão explodiu de alegria, mas logo panos quentes foram colocados na situação quando funcionários do zoológico confirmarem que o indivíduo em questão era a própria Penélope. 

Ornitorrincos nos EUA

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Após horas e horas de busca por um filhote no cercado de Penélope, os pesquisadores finalmente chegaram a conclusão de que o ornitorrinco havia enganado os Estados Unidos e jamais esteve perto de se tornar uma mamãe. "Posso dizer a todos: estamos com o coração partido", disse um porta-voz do zoológico desolado aos repórteres que compareceram ao local. 

Mas essa não foi a última vez que Penélope fez algo do tipo. O animal veio de sua terra natal, a Austrália, para os EUA em abril de 1947 com outros dois ornitorrincos, Cecil (macho) e Betty Hutton (fêmea). A notícia ganhou as manchetes em todo o país, tendo em mente que essa era apenas a segunda vez que uma criatura dessa espécie visitou os EUA.

Embora Betty Hutton tenha morrido durante uma onda de calor em 1948, o Zoológico do Bronx tinha grandes esperanças em seus dois companheiros sobreviventes. Se tudo corresse certo, eles seriam o segundo par de ornitorrincos a desovar em cativeiro. Contudo, eles nunca se adaptaram muito bem a sua nova morada.

Alarme falso

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Em julho de 1953, o Zoológico do Bronx afirmou que os ornitorrincos não receberiam mais visitas pela possibilidade de Penélope estar grávida. Nas semanas seguintes, o comportamento do animal realmente sugeriu que o acasalamento havia ocorrido bem e que um bebê estava a caminho. Ela passou a devorar uma quantidade maior de minhocas e passou a arrastar folhas para os túneis do tanque — onde todos presumiram que ela estava construindo um ninho.

Porém, quando ela ressurgiu depois de quase uma semana no subsolo, os funcionários do zoológico notaram que Penélope não havia colocado qualquer tipo de ovo e também não existia qualquer tipo de evidência de que ela havia construído um ninho. No fim das contas, a teoria mais provável é a que ela só queria receber mais ração dos cuidadores.

Desaparecimento inesperado

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Na primavera de 1954, Penélope parecia demonstrar interesse por Cecil novamente, mas nada aconteceu. Com isso, a dupla sumiu dos noticiários até 1957, quando algo ainda mais inesperado ocorreu: no final de julho daquele ano, Penélope desapareceu do mapa. Nunca ficou claro exatamente como ela se libertou do tanque, mas acredita-se que ela teria escavado um túnel sob parte de sua borda de malha.

Os trabalhadores vasculharam lagos e riachos do zoológico em busca do animal, mas sem sucesso. Em 17 de setembro, a busca por Penélope foi oficialmente encerrada e a criatura foi dada como "perdida e provavelmente morta". Com o desaparecimento de sua parceira, Cecil passou a perder peso com o tempo e eventualmente também morreu. Com isso, a saga dos ornitorrincos norte-americanos terminou com um final triste. 

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