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03/01/2024 às 08:00•2 min de leitura
Com mais da metade dos registros de todo o mundo em 2023, o Brasil lidera o ranking global de casos de dengue, de acordo com alerta divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 22 de dezembro. O relatório também destaca o avanço da doença para países nos quais ela ainda não acontecia.
Segundo a entidade, foram registrados mais de 5 milhões de infecções pelo vírus da dengue em todo o planeta, além de 5 mil mortes, entre os dias 1º de janeiro e 11 de dezembro do ano passado. Do total de casos, cerca de 2,9 milhões aconteceram no Brasil, dos quais 1.474 são de dengue hemorrágica, um quadro mais grave da enfermidade.
A OMS observou, ainda, que 4,1 milhões de casos, o equivalente a 80% das infecções, foram notificados nas Américas, seguidas pelo Sudeste Asiático e o Pacífico Ocidental. No continente americano, outros países com grandes quantidades de registros são Peru e México.
(Fonte: Getty Images)
Em 2023, o Brasil também bateu o recorde de mortes por dengue, chegando a 1.079 óbitos relacionados à doença até o dia 27 de dezembro, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde. O número superou as 1.053 mortes de 2022, até então o maior já registrado.
Outro alerta emitido pela OMS chamou a atenção para o aumento de casos de dengue na Europa, onde o Aedes aegypti é conhecido como “mosquito tigre”. Países como Espanha, França e Itália, que não registravam a doença, anunciaram infecções originadas em seus próprios territórios — transmissão autóctone.
Tanto o aumento dos casos quanto a presença do vírus em lugares nos quais ele historicamente não se manifestava têm, entre os motivadores, as mudanças climáticas. Com as temperaturas subindo, o mosquito transmissor passou a sobreviver em muito mais locais.
(Fonte: Getty Images)
Os processos também foram acelerados pelo El Niño de 2023, que acentuou os efeitos do aquecimento global. O fenômeno foi responsável pelas ondas de calor que resultaram em recordes de temperatura em algumas cidades brasileiras.
Conforme a entidade, a incidência da dengue aumentou consideravelmente nas duas últimas décadas, passando de 500 mil casos nos anos 2000 para 4,2 milhões de notificações em 2022. A doença se tornou endêmica em mais de 100 países e aproximadamente metade da população mundial está em risco de se infectar.
A partir de 2024, a vacina contra dengue fará parte do calendário de imunização do Sistema Único de Saúde (SUS). Chamada Qdenga, ela será disponibilizada para públicos e regiões prioritárias, neste primeiro momento.
Eliminar os criadouros de mosquitos é uma das formas de prevenir a doença, evitando deixar água armazenada em vasos, garrafas, pneus, piscinas sem uso e outros recipientes, cobrindo reservatórios com tampas, telas ou capas. Proteger-se das picadas do Aedes aegypti, com roupas que reduzam a exposição da pele e repelentes, também é essencial.