Artes/cultura
04/01/2024 às 08:00•2 min de leitura
As fezes do aardvark, também conhecido como porco-formigueiro ou porco-da-terra, podem ajudar a entender melhor o comportamento da espécie e o ambiente ao seu redor, garantindo sua sobrevivência, segundo pesquisa recente. O estudo foi publicado no dia 13 de dezembro na revista Diversity and Distribution e analisou o material por diversos meses.
Os porcos-formigueiros são mamíferos que podem pesar até 81 kg, e possuem um focinho longo que se assemelha ao dos tamanduás. Sua dieta é onívora, mas eles se alimentam principalmente de formigas ou cupins. Porém, A desertificação da África Subsaariana, região onde vive, vem fazendo com que os animais se distanciem uns dos outros, algo que pode impactar significativamente na sobrevivência da espécie no futuro.
Embora sejam categorizados como uma espécie de menor preocupação pela Lista Vermelha da IUCN (International Union for Conservation of Nature), o distanciamento pode ser um empecilho para a reprodução dos indivíduos.
Fezes de porco-formigueiro indicam movimentação pelo habitat. (Fonte: Getty Images)
A principal descoberta da pesquisa foi que os indivíduos têm se movido por três divisões regionais na África do Sul: ocidental, central e oriental. Com base em 253 amostras fecais, eles obtiveram informações genéticas sobre os aardvark e em seguida analisaram de onde veio cada exemplar.
Animais com mais relações foram detectados a uma distância de até 44 km entre si. De acordo com a equipe de cientistas, a espécie pode se afastar até 55 km de onde nasceram. Em ambientes mais secos e quentes, as diferenças genéticas eram maiores — o que demonstra possíveis consequências das mudanças climáticas.
(Fonte: Getty Images)
"As nossas descobertas iniciais sugerem que as alterações climáticas aumentarão a fragmentação do habitat e limitarão o fluxo genético para os porcos-formigueiros, particularmente onde se espera que a precipitação diminua e a temperatura aumente", explica Clint Epps, coautor do estudo e biólogo da Universidade do Estado de Oregon.
Epps comenta que a pesquisa nasceu do desejo de investigar animais pouco conhecidos. "Eu queria trabalhar em um sistema pouco estudado, onde qualquer coisa que eu aprendesse provavelmente seria uma informação verdadeiramente nova para a comunidade científica", comentou.