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08/01/2024 às 06:30•2 min de leitura
Um submarino operado remotamente estava coletando amostras em uma montanha no fundo do mar até então inexplorada quando encontrou um raro dente de Megalodon. O fragmento dourado, com 6,8 centímetros de comprimento, foi descoberto a mais de 3.090 metros abaixo da superfície, perto do Atol Johnston, no Monumento Nacional Marinho das Ilhas Remotas do Pacífico.
Os pesquisadores descreveram a descoberta em um novo estudo publicado na revista Historical Biology. A expedição foi liderada pela Ocean Exploration Trust em 2022, responsável por encontrar o dente e recentemente divulgar um vídeo detalhando os eventos.
(Fonte: Katherine Kelley/Divulgação)
O Megalodon (Otodus megalodon) foi o maior tubarão que já existiu em nosso planeta, crescendo entre 15 a 20 metros de comprimento. Esses enormes predadores estiveram no topo da cadeira alimentar oceânica há cerca de 20 milhões de anos até a sua extinção — há aproximadamente 3,6 milhões de anos.
Os dentes de Megalodon são fósseis relativamente comuns, uma vez que cada uma dessas criaturas tinha aproximadamente 276 dentes e vivia nos oceanos de todo o mundo. No entanto, a maioria destes fósseis é descoberta em terra perto da costa ou de rios, e não no fundo do mar. Porém, esse não foi o caso de pesquisadores que estavam a bordo do navio de exploração Nautilus, do Ocean Exploration Trust.
Os investigadores estavam coletando amostras ao redor do Atol Johnston em junho de 2022 para estudar sua geologia e biologia em alto mar. Então, eles implantaram um veículo operado remotamente (ROV) chamado Hércules para filmar e coletas as amostras, que foram então enviadas à Universidade de Rhode Island para processamento.
(Fonte: Ocean Exploration Trust/Divulgação)
Em laboratório, os pesquisadores confirmaram posteriormente que o dente em questão realmente era de um Megalodon. Ao revisar o vídeo gravado pelo Hércules, os investigadores também perceberam que o dente estava visivelmente saindo da areia do monte submarino antes que o ROV o removesse com uma pá. Na visão dos cientistas, esses dados oferecem novas informações sobre os hábitos oceânicos do gigantesco tubarão.
Em comunicado oficial, os autores do estudo destacaram que encontrar fósseis no fundo do mar pode não ser uma tarefa fácil — principalmente pela falta de visibilidade na região. Porém, descobertas como essa mostram que esse tipo de estudo pode oferecer resultados impressionantes e que valem a pena, uma vez que ajudam a preencher lacunas no nosso conhecimento sobre estes animais mal preservados.
“Este fóssil nos fornece informações importantes sobre a distribuição do Megalodon”, disse o primeiro autor do estudo, Jürgen Pollerspöck, pesquisador da Coleção Estatal de Zoologia da Baviera, na Alemanha. Segundo ele, a amostra indica que os Megalodons não eram criaturas puramente costeiras e que essa espécie migrou por bacias oceânicas de forma semelhante a muitas espécies modernas, como o grande tubarão-branco.