Artes/cultura
13/01/2024 às 09:00•2 min de leitura
Recentemente, cientistas catalogaram uma nova espécie minúscula de rã na Indonésia. Em estudo publicado na revista Plos One, eles descrevem a Limnonectes phyllofolia, que se trata da menor rã com presas já encontrada.
As rãs do gênero Limnonectes podem pesar até 1 kg. "No final das contas, esta nova espécie pesa quase o mesmo que uma moeda de dez centavos", explica Jeff Frederick. Ele é coautor do estudo e pós-doutorando no Field Museum, em Chicago.
Vale ressaltar que Frederick se refere à massa de um "dime", a moeda de 10 centavos de dólar americano, que pesa aproximadamente 2,3 gramas. A espécie foi encontrada na ilha de Sulawesi, na Indonésia, um local repleto de vulcões, montanhas e florestas tropicais.
Ilha de Sulawesi, na Indonésia
“A presença de todos estes habitats diferentes significa que a magnitude da biodiversidade de muitas plantas e animais que encontramos lá é irreal – rivalizando com lugares como a Amazônia”, comentou Frederick.
A Limnonectes phyllofolia possui presas ósseas que se projetam a partir da mandíbula inferior. Essa é uma defesa eficiente para lutar com concorrentes da mesma espécie, além de caçar presas sem carapaça, como centopeias gigantes e caranguejos.
Segundo Frederick, geralmente os esforços para encontrar rãs se concentram nas margens de riachos ou mesmo dentro da água. Entretanto, o resultado dessa pesquisa foi diferente. "Depois de monitorar repetidamente, a equipe começou a encontrar rãs sentadas nas folhas abraçando seus pequenos ninhos".
(Fonte: Sean Reilly/Field Museum/Reprodução)
Os ovos de rã são cobertos por uma substância gelatinosa e precisam ser mantidos úmidos — motivo pelo qual muitos anfíbios os colocam na água. Essa nova espécie, no entanto, mantém suas crias em folhas próximas a locais com bastante umidade e rochas com musgo. Por isso, ganharam o nome Limnonectes phyllofolia, que significa “aninhador de folhas”.
Outra observação interessante é que todas as rãs responsáveis pelo cuidado do ninho eram machos. Segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, o comportamento é incomum, mas não inédito. “É fascinante que em cada expedição subsequente a Sulawesi ainda estejamos descobrindo novos e diferentes modos reprodutivos”, comentou Frederick.