Por que os vulcões da América Central são ideais para estudar a evolução da Terra?

13/01/2024 às 10:002 min de leitura

Por milhões de anos, as camadas superiores da Terra realizaram uma espécie de "dança" que criou as montanhas, vulcões, continentes, cordilheiras e fossas oceânicas. Nesse período, as placas tectônicas desempenharam um papel fundamental neste processo. Estas enormes placas irregulares da crosta terrestre e a parte superior do manto subjacente "flutuam" numa camada mais profunda e quente do manto.

Quando duas placas se encontram, às vezes uma delas cede e acaba afundando um pouco nas profundezas. Se esse fenômeno ocorre ao longo de toda a extensão do limite da placa, forma-se uma linha de vulcões, conhecida como arco vulcânico. Exemplos disso são os dos Andes, de Tonga, do Oceano Pacífico, das Ilhas Aleutas, das Ilhas Filipinas e, principalmente, da América Central.

Importância do arco centro-americano

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Comparado aos outros, os apenas 1,1 mil km de extensão do arco centro-americano é considerado relativamente pequeno. Contudo, ele contém uma importante variedade de diferentes tipos de magmas, alguns dos quais são únicos na Terra. Por esse motivo, a região se transformou em um "paraíso geológico" que esconde segredos prontos para serem estudados.

“A América Central tem uma rica combinação de condições que permitem a comparação de diferentes experiências naturais na geração de magma”, escreveu o geoquímico da Universidade de Cornell, Esteban Gazen, numa revisão de 2021 publicada na Annual Review of Earth and Planetary Sciences. A América Central nasceu no que costumava ser uma placa oceânica, como consequência da subducção das placas tectônicas.

Há cerca de 3 milhões de anos, a área que hoje compreende a Costa Rica e o Panamá foi finalmente unida ao norte da atual América do Sul, criando uma massa única de terra que vai do Alasca até a Terra do Fogo. Nos últimos 11 mil anos, 70 vulcões estiveram ativos nesta parte do Anel de Fogo.

Particularidades da América Central

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Segundo Gazel, as variações geoquímicas da Nicarágua à Costa Rica são as mais extremas do planeta. A extrema variação em uma área tão pequena faz da América Central o único lugar do planeta com essas características e, portanto, um laboratório natural único. Essa variação é resultado da composição dos material local e do ângulo da subducção na região.

Com microscópios eletrônicos, analisando as rochas vulcânicas obtidas após uma erupção, os cientistas procuram pela origem, idade e evolução dessas partes do mundo. Por essa ser uma região de vulcões muito ativos, novas erupções tendem a acontecer frequentemente, fornecendo dados amplos sobre a história e processo natural do planeta.

Em janeiro de 2024, um grupo com profissionais de diversas partes do mundo irá até o vulcão Poás, na Costa Rica, testar novas tecnologias de estudo sobre processos vulcânicos, buscando um dia aprender a prever uma erupção com mais exatidão. Por fim, Gazel também destaca que, se um dia quisermos entender como os continentes se formaram no início da evolução da Terra, um dos melhores lugares para se trabalhar é a América Central.

São seções incrivelmente únicas e muito interessantes espalhadas por essa área, que têm sido foco de muitos anos de pesquisas que nos permitiram compreender melhor a estrutura, a composição e a história do manto. Logo, a América Central continuará sendo estudada por sua belíssima diversidade por muitos anos.

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