Ciência
25/02/2024 às 10:00•2 min de leitura
O “Raio da Morte” de Arquimedes pode ter funcionado e ajudado a combater os navios romanos no cerco a Siracusa, em 212 a.C., durante a Segunda Guerra Púnica. Quem garante é o estudante canadense Brenden Sener, de 12 anos, que construiu uma réplica em escala reduzida da arma, usando lâmpadas e espelhos.
Desenvolvido pelo matemático grego Arquimedes, o conceito testado pelo garoto da 8ª série de uma escola da cidade de Ontário supostamente aproveitava os raios do Sol como arma secreta. Utilizando espelhos, o mecanismo concentrava a luz solar que era direcionada para as embarcações inimigas, incendiando-as.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Segundo relatos da época, espelhos enormes foram espalhados na baía de Siracusa, na Sicília (Itália), para focar os raios solares nos navios. Este “canhão de luz” era apenas uma das invenções do polímata criadas para defender a cidade.
No entanto, a existência do Raio da Morte tem sido contestada por séculos, pois não há provas de que a arma foi realmente construída nem sobre a sua eficiência. Para o filósofo René Descartes, por exemplo, tudo isso não passou de ficção.
(Fonte: CSF Journal/Reprodução)
Enquanto uns rejeitam a existência da arma, outros tentam recriar e testar o mecanismo. O cientista mirim Brenden é o responsável pelo experimento mais recente, para o qual contou com luminárias de LED representando o Sol e espelhos côncavos.
Na versão de mesa do Raio da Morte de Arquimedes, o estudante primeiro usou uma fonte de calor de 50 watts, cuja luz foi refletida em um pedaço de papel. A temperatura do papelão aumentou 2 °C com cada espelho adicional, até três espelhos, enquanto a adição de um quarto elevou a temperatura em 8 °C.
Os resultados foram ainda mais surpreendentes quando utilizada uma lâmpada de 100 watts. Com a substituição, a temperatura subiu 4 °C a cada espelho nos três primeiros, chegando a 10 °C quando a quarta unidade foi adicionada ao conjunto.
Brenden Sener. (Fonte: CSF Journal/Reprodução)
Com os resultados, Brenden concluiu que a arma poderia funcionar e ajudar na defesa de Siracusa. “Com base nas minhas descobertas experimentais, concordo com o grupo do MIT e acredito que com uma fonte de calor suficientemente forte e múltiplos espelhos maiores, todos focados num ângulo perfeito, a combustão poderia ser possível”, concluiu no artigo.
A referência citada é o teste feito por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, em 2005. Na ocasião, os autores relataram que o mecanismo inventado por Arquimedes seria capaz de incinerar um navio em 11 minutos.
O trabalho publicado em janeiro rendeu alguns prêmios ao estudante, como a Medalha de Ouro da Feira Anual de Ciências Matthews Hall e o Prêmio da Biblioteca Pública de Londres por Inspirar o Interesse das Crianças em Ciência e Tecnologia.