Quebre a cabeça com estes 5 mistérios intrigantes a respeito do tempo

10/04/2018 às 04:005 min de leitura

O que é tempo? É o movimento dos ponteiros do relógio? O nascer e o pôr do Sol? É o despertador tocando? A areia que cai na ampulheta ou as estações do ano mudando? São as folhas do calendário? Parece fácil, mas não é, e, na verdade, falar sobre tempo pode ser muito mais complicado do que você imagina. A seguir, confira alguns mistérios sobre o assunto:

1 – O tempo e a meditação

Meditar não é para qualquer um. É verdade que quase todo mundo consegue parar em uma determinada posição e fechar os olhos, assim como é verdade que isso não é meditação. O desafio maior para quem tenta conseguir controlar a própria mente é manter o pensamento focado nos sentimentos do presente.

Técnicas de meditação incluem a busca pela compreensão do próprio corpo, quando a pessoa deve prestar atenção em fatores como a respiração, os batimentos cardíacos e tudo o que sente naquele momento. Aí você, um cidadão normal, tenta fazer isso e depois de um minuto já está se lembrando do fora que levou na semana passada e imaginando a viagem das férias de final de ano.

Por isso é tão difícil meditar: porque nossa mente está condicionada a não viver no momento presente. Pelo contrário: ela gosta de remoer o passado e de planejar o futuro. Aí fica difícil mesmo.

Um dos princípios do budismo, já defendido também por pensadores como William James e por artistas como George Harrison, é insistir nas tentativas de viver o agora. É por não vivermos o agora ou por vivermos um agora sempre da mesma forma que o tempo parece passar tão rápido. Já é comprovado que a meditação, por outro lado, tem o poder de deixar nossa percepção de tempo mais demorada.

A meditação é uma grande ferramenta para pessoas ansiosas e depressivas. Por isso, por mais difícil que pareça ser, tente meditar de vez em quando. Pode ser que no começo você se sinta ridículo, mas é só uma questão de prática. A regra é tentar viver o agora.

2 – Ano bissexto

O filme “Leap Year” fala sobre uma tradição irlandesa que envolve anos bissextos.

A cada quatro anos o mês de fevereiro ganha um dia a mais. Isso acontece porque um ano, ao contrário do que você possa pensar, não tem exatos 365 dias: na verdade, o valor é 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos. Então, para compensar a “sobra”, a cada quatro anos um dia a mais é inserido.

Se esse ajuste não fosse feito, depois de 30 anos, um ano teria uma semana a menos e, depois de alguns séculos, essa diferença seria de meses, o que bagunçaria o esquema das estações do ano, por exemplo. Se você quiser saber mais sobre como esses ajustes foram feitos, clique aqui.

Anos bissextos são ignorados em vários países. Muitas pessoas não podem renovar suas carteiras de motoristas ou abrir contas em bancos no dia 29 de fevereiro, uma vez que alguns sistemas de computadores simplesmente não reconhecem a data como um dia legítimo. Até mesmo o Google se confunde: há muitos bloggers que não conseguem atualizar seus perfis na data.

3 – Percepção

Já falamos para você que a meditação pode fazer com que a sua percepção de tempo mude. Essa questão de relatividade é tão verdadeira que o apresentador norte-americano Johnny Carson chegou a chamar de “minuto Nova York” o tempo entre a luz do semáforo ficar verde e a pessoa atrás de você buzinar.

A ideia de Carson era justamente chamar a atenção para a velocidade das coisas na Big Apple, onde tudo acontece rápido demais a todo o momento. Por outro lado, em cidades grandes demais e com muita informação, é comum que as pessoas às vezes tenham a sensação de que o tempo para por alguns segundos.

Isso acontece geralmente quando a cabeça faz um movimento brusco – repare. A explicação para isso é que quando a velocidade é grande demais, o cérebro acaba não recebendo todas as informações que deveria, por isso a pessoa tem a sensação de que o tempo demorou mais para passar.

4 – Musicalmente falando

Se quando você ouve aquela sua música favorita, no volume máximo, com fones de ouvido, você tem a sensação de se transportar para outro lugar e de perder a noção de tempo, saiba que você não está sozinho nessa.

Já se sabe, por exemplo, que quando a música provoca uma experiência de grande intensidade, o cérebro humano tem reações diferentes em seu córtex sensorial, causando um sentimento de atemporalidade.

Se você ouvir música clássica – especialmente esta aqui –, seu cérebro não vai conseguir interpretar os batimentos por minuto, até porque eles são propositalmente vagos e se alteram a todo momento. Essa irregularidade promove uma sensação de que o tempo não está passando. O começo da música é lento, depois passa a ser mais rápido e, finalmente, se torna animado e cheio de energia. Se você se concentrar nela, talvez nem repare que quase 30 minutos vão se passar até o final da composição.

Essa capacidade de distorcer nossa noção de tempo faz da música uma manipuladora comportamental. É por isso, por exemplo, que academias de ginástica escolhem músicas eletrônicas, e restaurantes, músicas mais calmas e relaxantes. O mesmo acontece com algumas lojas, que apostam na música para tornar o ambiente mais atrativo e agradável.

Alguns estudos recentes comprovaram que músicas calmas fazem com que os consumidores fiquem mais tempo dentro de algumas lojas, o que nos leva à conclusão de que canções relaxantes nos fazem perder a noção de tempo muitas vezes.

5 – O tempo e a idade

Sabe aquela festa de Ano Novo que parece ter sido ontem, mas foi em 2002? Pois é. À medida que o tempo passa e as pessoas vão envelhecendo, a sensação de que “parece que foi ontem” é cada vez mais comum.

Isso é conhecido também como “efeito telescópico”, e ele é responsável pela ilusão de que os anos passam mais rapidamente quando ficamos mais velhos. Esse “tempo telescópico” é fruto da discrepância entre a medida de tempo tradicional e a noção de tempo de cada indivíduo, algo bastante subjetivo.

Se você não compra essa ideia de subjetividade, que tal pensar na coisa de maneira matemática? Por exemplo: quando você tem 10 anos, um ano da sua vida representa 10% dela. Agora quando você está com 60 anos, um ano passa a representar 1,67% da sua vida. A quantidade de tempo é a mesma, mas a proporção, definitivamente, não é.

Ainda há outra explicação para a sensação de que os anos estão voando: quando caímos em uma rotina adulta sem muitas novidades e aventuras, nossa sensação de tempo passa a ficar mais acelerada. Isso acontece porque nosso cérebro tende a simplesmente pular informações conhecidas e corriqueiras, nos causando a impressão de que o tempo passa rápido e sempre igual.

Já reparou como a viagem de ida parece ser muito mais longa do que a de volta? Isso é justamente porque seu cérebro já conheceu o caminho e, na hora de voltar, você acaba não reparando em tudo, e o tempo parece passar mais rapidamente.

Esse conceito é preocupante, se você pensar bem sobre ele. Significa, basicamente, que fazer sempre as mesmas coisas vai ajudar o tempo a passar mais rápido. Se não é essa a sua intenção, está na hora de viver novas experiências.

***

E aí, você já tinha pensado a respeito do tempo dessa maneira? Se esse é um assunto do seu interesse, nós recomendamos a leitura do livro Cinefilô, do escritor francês Ollivier Pourriol. A obra trata da relação entre cinema e filosofia e, em determinado ponto, o autor discute as questões de eternidade propostas pelo filósofo Baruch de Espinosa.

No cinema, um dos grandes diretores a explorar a percepção humana do tempo foi o brilhante Tim Burton, que em “Peixe Grande” explica, de forma poética, a noção de tempo para os apaixonados. A cena abaixo fala exatamente sobre isso: “Dizem que o tempo para quando você encontra o amor da sua vida, e isso é verdade; mas o que não nos contam é que quando o tempo começa de novo, ele vai passar muito mais rápido para poder voltar ao normal”. 

*Publicado originalmente em 16/8/2014.

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