5 armas criadas com materiais vindos do espaço

24/04/2024 às 14:002 min de leituraAtualizado em 24/04/2024 às 14:00

Quem analisa a história da humanidade vai encontrar diferentes registros de armas criadas a partir de meteoritos. De acordo com especialistas, parcela considerável dos primeiros objetos de metal feitos pelo ser humano foram forjados usando material proveniente do espaço – principal matéria-prima após ouro e cobre.

Não é qualquer tipo de meteorito que pode ser usado, apenas os que sejam de ferro meteórico, uma espécie de liga de ferro-níquel. Mais maleável que o ferro, também é à prova de ferrugem. Diferentes civilizações usaram esse material, alguns ainda disponíveis em museus e coleções – e até à venda.

1. Pistolas Cabot Guns

(Fonte: Cabot Guns/Reprodução)
A Cabot Gans The Big Bang é feita a partir do meteorito Gibeon. (Fonte: Cabot Guns / Reprodução)

A Cabot Guns é uma fabricante norte-americana de pistolas. Em seu catálogo está a linha The Big Bang, uma pistola semiautomática de 1911, criadas a partir do meteorito Gibeon, caído na Namíbia em tempos pré-históricos. Essas pistolas são os primeiros dispositivos mecânicos elaborados a partir de material do espaço.

Cada pistola do conjunto é única, feita com método que visou valorizar o padrão cristalino do meteorito. Os números de série incluem as coordenadas geográficas de onde o Gibeon foi descoberto. Quem desejar adquirir um par deve desembolsar US$ 4,5 milhões.

2. Tentetsutou

(Fonte: Faena/Reprodução)
A Tentetsutou é uma espada feita do meteorito Gibeon. (Fonte: Faena / Reprodução)

Espadas no Japão são objetos carregados de simbolismo, como se vê na história da Kusanagi-no-Tsurugi que, de acordo com o folclore local, representaria toda a virtude e coragem do povo japonês. Especula-se que ela tenha sido feita a partir de ferro meteórico. Agora, se nesse caso é apenas especulação, o mesmo não pode ser dito da Tentetsutou, ou "espada do céu".

Criada neste século pelo ferreiro Yoshido Yoshiwara, ela é uma katana forjada usando o meteorito Gibeon. Diferente da lendária Kusanagi, a Tentetsutou fica exposta ao público no Instituto de Tecnologia de Chiba.

3. Espada de Alexandre I da Rússia

(Fonte: TopTenz/Reprodução)
Alexandre I tinha uma espada feita com o meteorito do Cabo da Boa Esperança. (Fonte: TopTenz / Reprodução)

Imperador russo por quase 25 anos, Alexandre I ficou marcado pelas disputas com Napoleão, para quem perdeu em algumas oportunidades, mas foi fundamental na queda do francês na Batalha das Nações. No início do século XIX, em reconhecimento ao seu papel na batalha, recebeu uma espada forjada com metal do meteorito do Cabo da Boa Esperança, encontrado no século anterior.

Foi desenvolvida pelo britânico James Sowerby, que gravou em sua lâmina diferentes inscrições, como a informação de que é feita de ferro meteórico puro, a Coroa Imperial, o símbolo russo da águia de duas cabeças, além da palavra misericórdia.

4. Lâminas de Jahangir

(Fonte: Wamu/Reprodução)
As lâminas de Jahangir usam material de um meteorito que caiu na Índia. (Fonte: Wamu / Reprodução)

Durante o século XVII, um meteorito caiu na Índia, na cidade atualmente conhecida como Jalandhar. A queda levou a uma explosão que assustou os moradores da região. Muhammad Sa'id foi a primeira pessoa a chegar ao local, encontrando um grande meteorito em brasa no meio de uma cratera.

Ele enviou ao imperador Jahangir, que mandou o material para seu armeiro forjar três armas: duas espadas e uma adaga. Chamadas de Shamsher I Qati e Shamsher I Barq-sirisht, as espadas viraram um símbolo do poder e da aprovação divina do imperador, além de refletir o interesse pessoal do imperador pela ciência, da qual Jahangir era um entusiasta.

5. Pontas de flecha Mörigen

(Fonte: Wikimedia Commons)
As pontas de flecha Mörige vieram do meteorito Kaalijarv. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Forjadas entre 800 e 900 a.C., as pontas de flecha Mörigen são artefatos de somente 39 milímetros de comprimento e três gramas feitas de ferro meteórico. Encontradas por arqueólogos em Mörigen, Suíça, no século XIX, elas incluem ferro, níquel e o isótopo alumínio-26.

De acordo com pesquisadores, a correspondência desse metal é com o meteorito Kaalijarv, da Estônia, localizado a 1600 quilômetros de distância. Esse dado indicaria extensas redes comerciais por toda a Europa pré-histórica, provando também o valor das flechas como mercadoria.

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