Estilo de vida
15/01/2017 às 05:00•2 min de leitura
Coceira é uma sensação bizarra. Ela pode ser causada por alguma doença ou reação alérgica, mas às vezes surge só de estimular o cérebro com a ideia de prurido, por exemplo ouvindo alguma história bizarra ou mesmo uma foto de alguém com bolhas na pele.
Em alguns casos ela é absolutamente enlouquecedora e acontecer sem motivo aparente. Arranhar a pele com as unhas ajuda a aliviar a sensação, mas deixa belas marcas vermelhas como efeito colateral.
Infelizmente, a ciência ainda não desvendou todos os mistérios relacionados à sensação de prurido, mas deixou algumas boas pistas para entendermos o que causa a coceira e como poderíamos nos livrar dela de uma vez por todas.
De acordo com um estudo publicado na Science, dois geneticistas, Santosh Mishra e Mark Hoon, conseguiram isolar a molécula produzida pelas células nervosas que sinaliza a necessidade de transmitir a sensação de comichão para o cérebro.
O neurotransmissor chamado de Nppb (natriuretic polypeptide b) teria uma função fundamental na percepção da coceira, e seria possível remover essa substância para impedir que alguém sentisse qualquer tipo de prurido.
Por enquanto, os pesquisadores tiveram sucesso removendo o Nppb de ratos e fazendo com que eles parassem completamente de tentar esfregar áreas do próprio corpo que foram expostas diversas substâncias que causariam comichão. Os roedores simplesmente paravam de sentir urticária sem perder sensibilidade a dor, calor ou movimento.
Quando os geneticistas injetaram novamente o neurotransmissor nos animais, eles voltaram a se coçar normalmente, de maneira idêntica ao grupo de controle que não perdeu a sensibilidade ao prurido.
O único problema de remover o Nppb é que ele serve para outras funções importantes no corpo humano, como regular a pressão e circulação do sangue. Por conta disso, simplesmente eliminar o Nppb teria efeitos colaterais indesejáveis.
A coceira às vezes pode ser algo bom, como você se coçar durante a noite por conta de algum inseto que pousou na pele e acabar espantando algum mosquito que poderia transmitir doenças. Ou mesmo sentir a sensação desagradável de encostar em uma planta como a urtiga e imediatamente interromper o contato, evitando maiores problemas.
Porém, para pacientes com urticária crônica, que chegam a se machucar por causa da tendência que têm de sentir coceira mesmo sem nenhuma causa provável ou mesmo pelo efeito colateral de medicamentos essenciais para a saúde, esta poderia ser uma opção viável para acabar com o sofrimento.
De qualquer maneira, a pesquisa ainda precisa evoluir muito antes de uma droga supressora do neurotransmissor responsável pela sensação de prurido chegar ao mercado. Enquanto isso, é melhor tentar evitar coçar, pois, de acordo ditos populares, é só começar.