Mulheres do século 19 desmaiavam com frequência; entenda os motivos

26/06/2015 às 09:142 min de leitura

O clichê de chamar mulheres de sexo frágil não é algo recente. Ele data de muitos séculos, quando as pessoas realmente acreditavam que as mulheres eram como flores delicadas que precisavam ser protegidas e cuidadas por um homem.

Claro que isso não é real e as mulheres se provaram cada vez mais fortes, independentes e tão competentes quanto os indivíduos do outro gênero. Porém, você sabe como surgiu este estereótipo?

Ele tem muito a ver com as mulheres da era vitoriana, que, apesar de serem supostamente saudáveis, desmaiavam constantemente sem nenhum motivo aparente. Diversos fatores influenciavam esse acontecimento; entenda alguns deles.

Só dói quando eu respiro

Uma das teorias recorrentes aponta que o motivo de as mulheres do século 19 perderem a consciência com tanta frequência tinha a ver com os padrões de beleza da época. A moda vigente exigia cinturas finíssimas que só eram possíveis de se conseguir com o uso de espartilhos muito apertados que comprimiam os pulmões e realocavam outros órgãos.

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Os acessórios feitos de tecido ou couro eram estruturados com peças rígidas feitas de ossos de baleia, marfim ou madeira e eram tão justos e duros que era difícil respirar normalmente. Considerando isso, não é difícil de imaginar que qualquer esforço físico ou emoção forte que causasse uma alteração na respiração fosse também responsável por uma síncope.

Armadura completa

Entretanto, os espartilhos não eram os únicos vilões em termos de vestimentas que prejudicavam a movimentação ou respiração. O fato de as moças serem obrigadas a usar vestidos com muitas camadas, mesmo durante o verão, também não ajudava em nada.

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Os trajes da época, apesar de fabulosos de se ver em filmes, eram quentes e extremamente pesados. Pesquisadores que estudaram as peças acreditam que apenas ter que carregar tanto peso de um lado para o outro já era bastante exaustivo e uma causa provável para os desmaios.

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Além disso, as vestimentas não eram nada práticas para vestir ou tirar e acidentes pequenos tinham consequências trágicas. Em 1861, Frances Appleton, esposa do poeta Henry Wadsworth Longfellow, morreu após a uma vela cair em sua longa saia. O fogo rapidamente se alastrou pelo tecido e, mesmo depois de conter as chamas, não foi fácil de remover o que sobrou da roupa.

Vítimas da moda, quase literalmente

Outro problema com a moda da época era a composição química de alguns itens de decoração, de vestuário e mesmo de artigos de beleza do século 19.

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Embora as pessoas já soubessem que o arsênico era um veneno, não se imaginava que simplesmente inalar o vapor também teria um efeito prejudicial. Por conta disso, ele era comumente utilizado em vários itens do dia a dia, como tintas, tecidos e papéis de parede.

No século 19, cerca de 80% dos papéis de parede levavam arsênico na composição. E a exposição prolongada a produtos com a substância pode causar um envenenamento com sintomas que incluem dor de cabeça, suores e desmaios.

Uma caveira em uma garrafa

Porém, o arsênico não era o único vilão em termos de componentes prejudiciais. Alguns itens de beleza, como maquiagens e tinturas para cabelo continham, mercúrio e outras substâncias tóxicas, como o chumbo.

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Por conta de esses produtos serem mais comuns nas camadas mais abastadas da população, as moças mais ricas costumavam sofrer mais com os males da intoxicação causada por elementos químicos nocivos.

E agora que você sabe que toda a fragilidade das mulheres vitorianas era causada muitas vezes por envenenamentos ou padrões de beleza impossíveis de se atingir, que tal abandonar de vez o conceito de sexo frágil?

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