Ciência
17/03/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 17/03/2024 às 14:00
Poucas coisas no mundo são mais representativas da força e passagem do tempo extremo do que as montanhas. À primeira vista, essas formações colossais parecem ter sempre estado lá, intocadas pelo tempo — mas isso não é necessariamente verdade. Embora muitas delas tenham sido criadas há milhões de anos, será que ainda existem novas montanhas se formando hoje?
A resposta mais curta é sim, mas tudo depende de como nós definimos as coisas. Para isso, precisamos primeiro entender como as montanhas surgiram, como elas são formadas e por quais processos elas continuam atravessando na modernidade.
Um fator-chave para o surgimento das montanhas, além do tempo, é o encontro das placas tectônicas. Quando essas grandes placas rochosas que constituem a litosfera da Terra — a camada mais externa da sua estrutura — colidem, isso pode resultar na criação de montanhas, bem como outras características geológicas. Porém, essas placas não são todas iguais.
Ao todo, existem dois tipos de placas tectônicas: as continentais e as oceânicas. As primeiras são muito mais leves que as outras. Por isso, quando elas se encontram, as placas oceânicas passarão sob a sua contraparte continental num processo chamado subducção. Quando isso acontece, o magma pode ser forçado a formar vulcões.
Os vulcões, ao contrário de outras montanhas, estão em constante processo de formação a partir da atividade tectônica e podem aparecer aparentemente "do nada" em um curto período. Às vezes, no entanto, a pressão criada pela subducção pode acabar gerando montanhas não vulcânicas.
Depois, há também as montanhas formadas quando duas placas continentais colidem. Nesses casos, a crosta terrestre é deslocada e forçada para cima, como um acordeão comprimido. Exemplos mais famosos desse tipo de montanha são as que compõem os Himalaias, que percorre mais de 2,4 mil km de ponta a ponta.
Embora não pareça, os Himalaias são bastante jovens, pelo menos em tempo geológico, e seguem crescendo ainda hoje. Esse crescimento ocorre a uma taxa de cerca de 1 centímetro por ano, impulsionado pela viagem incansável da placa tectônica indiana para o norte. Contudo, isso não é algo perceptível ao olho humano — o que nos faz acreditar que as montanhas estão sempre paradas.
Mas e quanto a novas montanhas no futuro? Em 2021, cientistas publicaram previsões sobre o surgimento de novas formações rochosas do tipo, que surgirão dentro de cerca de 200 milhões de anos. Essas novas montanhas, afirmam eles, serão formadas a partir de um processo de subducção quando a Somália e Madagascar se separarem da África e colidirem eventualmente com a Índia.
Porém, quando isso acontecer, a Terra estará provavelmente irreconhecível para nós e muitas outras montanhas terão surgido em outros lugares. Vale ressaltar, todavia, que essas previsões são simplesmente experimentos mentais e a eventual configuração dos continentes ocorrerá muito depois da humanidade ter partido.