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06/05/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 06/05/2024 às 20:00
Como compreender o papel da floresta amazônica para o planeta diante do constante avanço das mudanças climáticas? Essa é uma das muitas perguntas que pesquisadores buscam responder. E se mergulhar no interior da floresta parecia ser o melhor caminho, um grande projeto possibilitou que isso fosse posto em prática.
Fruto de uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Max Planck Institute, da Alemanha, o Observatório da Torre Alta da Amazônia (ATTO) foi instalado em uma posição estratégica da floresta, a 150 quilômetros de distância de Manaus, capital do estado do Amazonas.
A estrutura apresenta duas torres com 80 metros de altura e está posicionada para receber os ventos provenientes do Atlântico. Outras duas cidades em seu horizonte são Belém e Santarém, ambas pertencentes ao estado do Pará.
Em altura, essa grande construção supera em tamanho a Torre Eiffel, alcançando os 325 metros. Os esforços envolvidos nesse projeto também são significativos. O observatório está equipado com equipamentos de alta precisão que atendem a diferentes finalidades. Além de laboratórios, um acampamento abriga toda a equipe presente no local.
Um dos objetivos que norteiam o projeto é entender melhor os diferentes ciclos presentes na natureza, como o da água, e de que maneira eles atuam nessa região específica do globo. Vale destacar que a torre está localizada numa área onde são mínimos os impactos provenientes da atividade humana, o que confere ao observatório uma possibilidade ímpar de coletar dados.
Estudiosos também buscam sanar algumas das lacunas sobre o monitoramento do clima. Para isso, o complexo reúne dados sobre a concentração de gás carbônico e até mesmo como se dá o fluxo de gases de efeito estufa na floresta. No campo da meteorologia, em específico, os pesquisadores buscam saber em detalhes como o clima atua nessa porção intocável do globo.
Mesmo a formação de nuvens é observada cuidadosamente nesse observatório, tudo isso para entender como se apresentam ao longo das diferentes estações. Em suma, são muitos processos ocorrendo simultaneamente e que merecem ser explorados.
As plantas também são acompanhadas, o que pode ser útil para que se descubra quais são as condições mais favoráveis para o seu desenvolvimento, bem como o papel que fungos e outros microrganismos desempenham e a relação que exercem entre si.
A floresta, que abriga 40% da biomassa do planeta, também faz parte de um estudo mais abrangente que busca avaliar sua capacidade de resposta frente aos eventos extremos. Na medida que eles se tornam mais recorrentes e mostram como as mudanças climáticas já fazem parte da nossa realidade, esses estudos revelam seu caráter decisivo.