Ciência
08/11/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 08/11/2024 às 09:00
Terminado o Halloween, e também a Semana do Morcego (comemorada entre 24 e 31 de outubro), chegou a hora de conhecer os vencedores do "Batconcurso de Beleza 2024", promovido anualmente pela Agência de Administração de Terras dos EUA (BLM). A competição envolve escolher o morcego mais fofo do ano, em fotos tiradas por técnicos de vida selvagem.
Entre os oito finalistas deste ano, o vencedor absoluto foi o morcego-de-pelo-escuro-do-oregon chamado Hoary Potter and the Guano of Fire, uma brincadeira com o filme de Harry Potter e o cálice de fogo (aqui substituído por “cocô de morcego de fogo”). Em seu site, a Bat Conservation International chama o morcego cinzento (Hoary) de “o George Clooney do mundo dos morcegos”.
Para ganhar o prêmio máximo, Hoary teve que derrotar um morcego-de-patas-pequenas-do-oeste-do-idaho chamado Lestat, em homenagem a um personagem do filme Entrevista com o vampiro, além de outros pesos-pesados como Robert Battinson, Batt Damon e Batlor Swift.
Poucos sabem que os morcegos, com 1,4 mil espécies já identificadas, são uma das ordens mais diversas entre os mamíferos, representando aproximadamente 20% delas, nós incluídos. Sua impressionante capacidade de adaptação permitiu que esses quirópteros conseguissem colonizar praticamente todos os ambientes da Terra.
De desertos a regiões polares, esses bichos são grandes aliados do equilíbrio ecológico. Com uma dieta incrivelmente eclética, eles comem principalmente insetos (conseguem comer o equivalente ao seu peso em uma só noite), além de frutas e até sangue. Na verdade, são apenas três espécies hematófagas, sendo que duas delas só chupam sangue de aves.
Os demais morcegos se alimentam de pólen e néctar, o que os coloca como excelentes polinizares e dispersores de sementes na natureza.
Para a técnica de vida selvagem da BLM, Emma Busk, sempre houve muitos medos e equívocos envolvidos em nossa percepção dos morcegos, geralmente apontados como bodes expiatórios de doenças, como a covid-19.
No entanto, "Menos de 1% de todas as populações de morcegos realmente carregam raiva, e a transmissão da doença de morcego para humano é, na verdade, muito baixa", explica Busk à AP.
Esses preconceitos, na maioria das vezes infundados, acabam escondendo alguns sérios perrengues que esses mamíferos voadores têm enfrentado, desde a crescente perda de seus habitats e caça, até as consequências das alterações climáticas. Com o certo nojinho que temos, acabamos sabendo muito menos sobre esses odiados peludos do que sobre o resto das populações de mamíferos e pássaros do planeta.