Estilo de vida
22/06/2024 às 17:00•2 min de leituraAtualizado em 22/06/2024 às 17:00
A inteligência animal não só é um tema de estudo interessante, mas um que até hoje rende descobertas incríveis. Como prova disso, no mundo dos pássaros, os corvos desfrutam de certa fama nesse sentido e se destacam pela sua capacidade de imitar vozes humanas, bem como de realizar algumas tarefas simples e de encaixar peças.
Um novo estudo, publicado na revista Science, explorou outra habilidade desses animais: a capacidade de contar em voz alta. E já adiantamos que chegar a essa conclusão foi uma tarefa incrível do início ao fim.
No experimento, três corvos foram recrutados para vocalizar alguns valores numéricos, e enquanto o experimento avançava, esses animais reagiam aos algarismos que eram exibidos ou quando ouviam alguma pista.
Se eles acertavam o número de chamados, eram recompensados com comida. Do contrário, não recebiam nada. Dessa forma, os animais foram treinados para responder de forma correta. Houve casos em que erravam, como quando viam o número três ou quatro. Este último, inclusive, parecia ser um algarismo que os corvos não gostavam tanto, diferente do numeral um.
Essa etapa do experimento foi considerada um sucesso, mas com receio de que os animais estivessem se comportando dessa forma esperando por algum petisco, os estudiosos optaram por avançar com os experimentos. Para isso, foi inclusa uma etapa a mais, que consistia em apertar um botão; assim, os corvos deveriam sinalizar que tinham terminado a tarefa proposta o bicando.
Ao analisar o comportamento desses animais, os pesquisadores notaram que os corvos hesitavam antes de emitir sons, o que mostrava que eles estavam avaliando a situação em todos os momentos. O maior tempo de resposta, inclusive, reforçava isso.
E foi assim que a capacidade de compreensão deles foi evidenciada de uma forma inteiramente nova. Até nos casos em que eles eventualmente erravam, não parecia ser devido à confusão, mas a uma possível dificuldade de concentração.
Ou seja, os corvos não possuem apenas um cérebro proporcionalmente maior do que os humanos, que corresponde, em média, a 2,7% do peso corporal — no nosso caso, é de 1,9%. Sua capacidade de aprendizagem, análise e de ação também é formidável e revela a existência de processos semelhantes. E, assim como as abelhas, eles podem contar e discriminar diferentes objetos de formas elaboradas.
Uma das considerações presentes no estudo é que esse comportamento dos corvos denota que as aves podem compartilhar entre si informações mais detalhadas do que imaginamos, como a quantidade de predadores se aproximando, por exemplo. Naturalmente, todas essas hipóteses motivam a realização de mais estudos.