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13/05/2024 às 09:00•3 min de leituraAtualizado em 13/05/2024 às 09:00
No reino animal, os elefantes são conhecidos por serem extremamente inteligentes, o que não se resume ao fato de possuírem os maiores cérebros entre os animais terrestres ou três vezes mais neurônios do que os humanos. Sob sua pele grossa, com mais de 2,5 centímetros de espessura, e seu apetite voraz para gramíneas, folhas, frutas e raízes, existe muito mais.
Atualmente, existem três espécies de elefantes no mundo, duas delas africanas e uma asiática. Eles vivem em constante perigo, principalmente por conta do comércio de marfim, os dentes incisivos aumentados que parecem (mas não são) presas. Aproximadamente 90% dos elefantes africanos foram exterminados apenas no século XX.
Uma equipe de pesquisadores conduziu um estudo em que puderam observar evidências que sugerem a capacidade dos elefantes em compreender quando seres humanos apontam ou esticam os braços. O teste foi conduzido com a equipe apontando para a comida escondida em um recipiente, posicionado ao lado de outro idêntico, porém vazio.
Sem terem treinamento prévio, os elefantes escolheram o pote correto em cerca de 68% das vezes, valor próximo ao desempenho de bebês humanos com 1 ano que passaram por teste semelhante, que acertaram 73% das vezes.
Cada animal compreende a morte de um indivíduo de sua espécie de maneira única – e bastante distinta da forma com que nós, humanos, a entendemos. Todavia, os elefantes demonstram reações muito curiosas relacionadas ao falecimento de seus familiares ou integrantes de sua manada. Algumas das reações se assemelham muito às dos humanos, como sintomas de dor e luto.
Observando o comportamento dos elefantes, é possível vê-los acariciando os ossos dos indivíduos mortos com suas trombas, bem como se mantendo próximos por horas do corpo do animal falecido. Não é incomum vê-los tentando enterrar os restos mortais dos componentes de sua manada, comportamento que não se repete quando cruzam com restos de outros animais.
Entre as características dos elefantes, sua memória extraordinária é, provavelmente, a mais conhecida. Os exemplos da genialidade desses animais são abundantes. Eles, por exemplo, conseguem se recordar de rotas para locais com água, mesmo que esses lugares estejam muito distantes. Essa habilidade é fundamental para indivíduos da espécie que vivem no deserto, onde há escassez de água.
É possível verificar a inteligência dos elefantes também na capacidade deles de formar e manter laços estreitos com companheiros, podendo reconhecê-los mesmo após longos períodos de separação. São capazes até de usar o olfato para rastreá-los por grandes distâncias.
No ano de 2014, pesquisadores conduziram um estudo de observação com elefantes asiáticos. Nele, notaram que alguns indivíduos confortavam outros que demonstravam angústia. A equipe notou que os espécimes usavam tanto o contato físico como sons vocais para confortar os demais, acariciando uns aos outros utilizando a tromba e emitindo pequenos gorjeios.
De acordo com a equipe que conduziu a pesquisa, esse comportamento é uma resposta de consolo semelhante ao dos macacos, o que poderia ser explicado na evolução convergente das capacidades empáticas.
Diferentes estudos já foram capazes de demonstrar a destreza de elefantes com objetos e ferramentas, que utilizam para diferentes fins. Indivíduos usam paus para se coçar em áreas que não são capazes de alcançar de outra forma. Eles também usam galhos e outros objetos para criar mata-moscas, uma estratégia para reduzir o número de moscas que os picam ou pousam.
Em 2010, cientistas ficaram intrigados ao observar um elefante asiático de 7 anos que utilizava ferramentas que estavam ao seu redor para alcançar frutas que estavam fora de seu alcance. O animal passou algum tempo observando e, na sequência, utilizou objetos que estavam próximo para se apoiar de maneira suficiente para alcançar as frutas.
Koshik é um elefante asiático que, em 2012, espantou pesquisadores ao mostrar-se apto a dizer cinco palavras em coreano. A equipe envolvida publicou um artigo na revista Current Biology, explicando que o animal não compreende o significado das palavras, mas que desenvolveu a habilidade de imitar os sons como forma de se relacionar com os seres humanos, que à época eram os únicos com quem possuía contato social.