Estudo digitaliza crânio de diversas raças de cachorros, inclusive do pug

30/07/2024 às 14:002 min de leituraAtualizado em 30/07/2024 às 14:00

Pesquisadores da Universidade ELTE Eötvös Loránd, em Budapeste, na Hungria, digitalizaram crânios de 431 animais, incluindo cães, gatos e parentes selvagens (como lobos, coiotes e leopardos), e criaram um banco de dados acessível para estudos anatômicos e evolutivos. Entre os crânios digitalizados, estão os de 152 raças de cães, com destaque para os pugs, cuja estrutura óssea é bastante peculiar. 

Este projeto tem potencial para revolucionar a pesquisa em várias áreas, permitindo que cientistas do mundo todo estudem esses crânios em detalhes sem precisar viajar até a coleção física.

Usando alta tecnologia

Scanner de tomografia computadorizada foi usado para gerar as diversas imagens. (Fonte: Elte Institute of Biology/ Divulgação)
Scanner de tomografia computadorizada foi usado para gerar as diversas imagens. (Fonte: Elte Institute of Biology/ Divulgação)

A digitalização dos crânios foi realizada com um scanner de tomografia computadorizada de alta resolução, capturando imagens detalhadas que mostram a complexidade de cada estrutura óssea. 

A iniciativa de digitalizar esses crânios e disponibilizá-los online é um avanço significativo. Os pesquisadores envolvidos no projeto destacaram a importância deste recurso não apenas para a educação de biólogos e veterinários, mas também para pesquisas evolutivas e médicas. 

Anteriormente, diversos estudos — como o que mostrou que raças de cães modernas têm cérebros maiores que raças antigas devido a efeitos de seleção — exigiam a visita física às coleções, o que gerava várias dificuldades, principalmente o gasto financeiro. Agora, qualquer pesquisador pode acessar essas imagens detalhadas de crânios a partir de qualquer lugar do mundo.

O crânio dos pugs

Digitalização do crânio do pug mostra seu formato
Digitalização do crânio do pug mostra seu formato "curioso". (Fonte: Tibor Csorgo et al., Elte Institute of Biology/ Divulgação)

A coleção de crânios da ELTE inclui exemplares de cães com uma diversidade notável de formatos cranianos. Por exemplo, os galgos possuem crânios longos e estreitos, enquanto os bulldogs franceses têm crânios curtos e arredondados. 

Um dos crânios mais interessantes desse acervo é, sem dúvida, o do pug. Esses cães de rosto achatado e olhar expressivo têm uma estrutura craniana única que tem intrigado cientistas e apaixonados por cães.

O crânio dos pugs é braquicefálico, largo e curto, resultando na famosa aparência "amassada" da raça. Essa característica, fruto de uma mutação genética, impacta diretamente a saúde dos animais, causando problemas respiratórios devido a narinas estreitas e palato mole alongado, assim como em outras raças braquicefálicas, como os bulldogs.

Além disso, a cabeça grande e os olhos proeminentes dos pugs os tornam propensos a problemas oculares, como a proptose, onde os olhos podem saltar das órbitas. Eles também enfrentam dificuldades no parto, frequentemente necessitando de cesarianas devido às cabeças grandes dos filhotes e pélvis estreitas das fêmeas.

Aplicações futuras

Crânio de um Golden mostra os detalhes desse adorável animal. (Fonte: Tibor Csorgo et al., Elte Institute of Biology/ Divulgação)
Crânio de um Golden mostra os detalhes desse adorável animal. (Fonte: Tibor Csorgo et al., Elte Institute of Biology/ Divulgação)

O banco de dados digitalizado tem aplicações tecnológicas, permitindo o desenvolvimento de algoritmos de aprendizado de máquina para identificação automatizada de espécies e análises veterinárias. Isso pode agilizar processos diagnósticos e melhorar a precisão na identificação de condições específicas a partir de imagens de crânios.

O impacto deste trabalho vai além do mundo acadêmico. Ao entender melhor a estrutura craniana e os problemas associados a certas raças, criadores e donos de cães podem ser mais bem informados sobre os desafios e cuidados necessários para esses animais. 

A pesquisa também pode informar políticas de criação mais éticas, como as que estão sendo implementadas na Holanda, onde há restrições rigorosas na criação de cães braquicefálicos para prevenir problemas de saúde.

Em resumo, a digitalização dos crânios pela Universidade ELTE Eötvös Loránd impulsiona a pesquisa científica e pode melhorar a saúde de muitas raças de cães, incluindo os pugs. Este banco de dados digital representa um avanço importante, unindo tecnologia e ciência para promover um melhor cuidado dos nossos companheiros caninos. 

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