Orcas não pertencem a uma única espécie, revela estudo

04/04/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 04/04/2024 às 18:00

As orcas, predadoras majestosas dos oceanos, têm fascinado cientistas há décadas. Na atual classificação, todas as orcas são consideradas como uma única espécie. No entanto, um recente estudo publicado na revista Royal Society Open Science desafia essa perspectiva estabelecida.

O estudo, realizado em uma parceria entre o Centro de Ciências Pesqueiras do Sudoeste da NOAA e especialistas da Scientific American, redefine nossa compreensão da diversidade dentro da família das baleias-assassinas e sugere que duas populações de orcas merecem ser reconhecidas como espécies separadas.

Diferenças comportamentais e alimentares

Orcas nadando próximo à costa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Orcas nadando próximo à costa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O estudo sugeriu que as orcas podem ser divididas em duas populações distintas: as residentes e as de Bigg, também conhecidas como transitórias. Isso significa que as orcas não são todas iguais; na verdade, elas têm estilos de vida e dietas bastante diferentes. Os pesquisadores analisaram as características comportamentais e alimentares desses dois grupo e descobriram algumas diferenças fundamentais.

Enquanto as orcas residentes gostam de ficar perto da costa e preferem comer salmão, as transitórias são mais nômades e caçam outros mamíferos marinhos, como focas e baleias jovens. Além disso, as residentes se agrupam em grandes famílias, mas as transitórias preferem viver em pequenos grupos. Essas diferenças não apenas evidenciam a complexidade do comportamento desses animais, mas também sugerem uma divergência evolutiva profunda.

Diferenças anatômicas e genéticas

Cada animal apresenta uma
Cada animal apresenta uma "mancha de sela" única. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Além das distinções comportamentais, as orcas residentes e transitórias exibem diferenças notáveis em sua anatomia, o que as torna verdadeiramente únicas. Desde o formato das nadadeiras dorsais até a característica marcação da "mancha de sela" — uma marca distintiva nas costas desses animais — cada detalhe físico destaca suas identidades separadas. As orcas residentes geralmente têm nadadeiras dorsais mais arredondadas, enquanto as transitórias tendem a apresentar nadadeiras mais pontiagudas e retas.

Além disso, a marca de "mancha de sela" nas transitórias estende-se de forma diferente e é mais sólida em comparação com a das residentes. Essas características anatômicas não apenas ressaltam a diversidade dessas espécies, mas também são fundamentais para diferenciá-las. Análises genéticas detalhadas revelaram que as duas populações divergiram geneticamente há centenas de milhares de anos. Essa distinção genética sólida reforça ainda mais a argumentação de sua separação taxonômica, evidenciando que as orcas residentes e transitórias são de fato espécies distintas, cada uma com sua própria história evolutiva única.

O reconhecimento das orcas residentes e transitórias como espécies distintas tem implicações significativas para a conservação marinha. Ao entender melhor a diversidade dentro das populações desses animais, os esforços de conservação podem ser direcionados de maneira mais eficaz, protegendo não apenas essas espécies individuais, mas também os ecossistemas marinhos na totalidade. Essa descoberta ressalta a importância de continuar estudando e protegendo as baleias-assassinas, garantindo um futuro sustentável para essas magníficas criaturas dos mares.

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