Participantes da simulação de Marte contam como viveram um ano isolados

25/07/2024 às 14:002 min de leituraAtualizado em 25/07/2024 às 14:00

Embora a chegada de seres humanos a Marte não deva ocorrer antes da década de 2040, equipes de especialistas recrutados pela NASA já estão participando da simulação Desafio para Exploração Planetária Análoga (CHAPEA-1 no acrônimo em inglês). No dia 6 de julho, os participantes da primeira missão deixaram o habitat em 3D Mars Dune Alpha, onde permaneceram por 378 dias.

Ao sair da estrutura de 1,7 mil metros, a microbiologista da Marinha dos EUA, Anca Selariu, disse à Popular Science que, embora a experiência não tenha sido uma “fugidinha divertida”, não hesitaria em repeti-la. E mais: a especialista em vacinas virais e pesquisa de doenças infecciosas diz ter saído com vontade de colocar em prática sua experiência no Planeta Vermelho.

O tempo prolongado de reclusão e o delay proposital nas telecomunicações fizeram da missão uma experiência única. Segundo Selariu, tudo se torna muito mais complexo, principalmente durante tanto tempo. Isso porque há "coisas que você não pensa até realmente experimentá-las em primeira mão", diz a oficial científica da missão inaugural.

O que os especialistas fizeram na missão de simulação?

Entre as diversas tarefas desempenhadas pela equipe da CHAPEA-1, similares às que seriam executados por um assentamento humano em Marte, estão; gerenciamento de culturas, amostragem e análise geológica, trabalhos de robótica com drones e rovers, e outras tarefas de manutenção.

As breves saídas consistiram em excursões simuladas, quando eles deixavam o habitat e entravam, com trajes espaciais, em uma sala artificial do Planeta Vermelho

A experiência resultou em "montanhas de informações", após acumular um ano de situações, solução de problemas e adaptação.

Quais foram os grandes desafios da simulação de Marte?

A CHAPEA-1: Nathan Jones, Kelly Haston, Anca Selariu e Ross Brockwell. (Fonte: CHAPEA/NASA)
A equipe CHAPEA-1: Nathan Jones, Kelly Haston, Anca Selariu e Ross Brockwell. (Fonte: CHAPEA/NASA)

O maior desafio, por incrível que pareça, foi o atraso na comunicação, explica Selariu. Isso acontece porque, mesmo viajando à velocidade da luz, as futuras conversas entre as tripulações em Marte e a equipe da Terra sofrerão um delay de 22 minutos na ida e na volta, devido à distância de 140 milhões de quilômetros entre os dois planetas. 

Por isso, essa condição foi replicada no Marte Duna Alpha, transformando qualquer bate-papo básico em intermináveis testes de paciência durante horas. Isso faz com que as pessoas tenham que repensar a forma como formulam e entregam as informações no tempo correto. Esse é um tipo de dificuldade que só incomoda humanos modernos, diz Selariu, porque "eles não sabem o que é viver offline", concluiu. 

Para compensar esse incômodo típico dos tempos modernos, a NASA permitiu todo o tipo de entretenimento sob forma de uma extensa biblioteca de livros e mídias pré-gravadas para a equipe desfrutar em seu tempo de folga. Selariu disse que curtiu as maratonas de séries de TV, e os torneios de jogos de última geração.

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