Artes/cultura
26/05/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 26/05/2024 às 14:00
A paleontologia parece estar atravessando o que pesquisadores chamam de uma "Era de Ouro", com uma grande riqueza de dinossauros novos sendo encontrados a cada ano. Porém, o grande questionamento do momento é até quando esse período de glória em termos de descobertas irá durar. Afinal, é certo que existia um número finito de espécies de dinossauros no mundo, mas quantas ainda nos resta encontrar?
Na visão de pesquisadores, não há uma resposta exata para esse questionamento. O motivo? É impossível prever o que não sabemos existir e, além disso, é comum ver paleontólogos afirmando que a humanidade continua longe de completar o registro fóssil dessas incríveis criaturas que viveram no passado da Terra.
Por mais que a ciência não faça ideia de quantos dinossauros ainda podem ser descobertos por aí, muitos estudos têm feito previsões de quantas espécies de dinos existiram. Em entrevista à CNN, o paleontólogo da Universidade de Edimburgo, Steve Brusatte, afirmou que os números podem ser completamente impressionantes.
"As aves hoje são descendentes dos dinossauros. Existem mais de 10 mil espécies de pássaros que vivem nos dias de hoje. E, claro, os dinossauros viveram bem mais de 150 milhões de anos. Então faça as contas: provavelmente havia milhares, senão milhões, de diferentes espécies de dinossauros", destacou.
Em 2006, os paleontólogos Steve C. Wang e Peter Dodson usaram um método estatístico para estimar o número de gêneros de dinossauros não-aviários que um dia existiram. O estudo indicou algo entre 1,8 mil espécies. Naquela época, havia 527 gêneros descobertos. Portanto, o cálculo indicou que 71% de todos os dinossauros ainda seriam descobertos.
Um dos grandes "problemas" atuais é que muitos gêneros de dinossauros conhecidos atualmente possuem apenas uma única espécie registrada. A monoespecificidade, como é chamada, pode até ser um fato para alguns casos. Porém, estima-se que pelo menos 10% desses gêneros ainda têm potencial para ter muitas outras espécies a serem descobertas.
Um estudo de 2016, contudo, estimou que o número de espécies conhecidas pela humanidade não estava muito longe do fim. O modelo de amostragem fez os autores chegarem à conclusão de que existiram cerca de 1.936 espécies diferentes no passado. Tendo em vista que já conhecemos cerca de 1 mil espécies, só nos restaria 900 para encontrar.
Outro problema grave é que nem tudo aparece como registro fóssil. Para que a fossilização aconteça, é necessário condições específicas — dependendo de um organismo se decompor ou ser devorado por outro animal. Portanto, é basicamente impossível para nós determinarmos o que se perdeu no tempo para todo o sempre e o que de fato está enterrado.
A boa notícia, segundo Wang e Dodson, é que 75% dos fósseis que não foram destruídos e ainda apresentam o status de "descobríveis" devem ser revelados nos próximos 60 a 100 anos.