Parque dos Falcões: o santuário de aves de rapina que existe aqui no Brasil

09/10/2018 às 09:303 min de leitura

As aves de rapina — ou rapinantes — são o grupo formado por pássaros carnívoros que possuem características específicas para a caça, como, por exemplo, garras afiadas, bico curvo e poderoso para rasgar a carne, visão extremamente aguçada e grande poder de voo, “ferramentas” que tornam esses animais eficientes e muito ágeis na hora de capturar suas refeições.

Ave de rapina(Izalete Tavares)

As aves de rapina representam 10% de todas as aves que conhecemos no mundo, sendo que a maioria das espécies pode ser encontrada aqui, no Brasil. Se você é fã dessas poderosas criaturas, então, com certeza, precisa conhecer o Parque dos Falcões, localizado há 45 km de Aracajú, no Sergipe.

Santuário

O Parque dos Falcões possui uma área de 3,5 mil km² de Organização Não Governamental (ONG) e é mantido pela dupla formada por José Percílio e Alexandre Correia. O primeiro a entrar de cabeça nesse sonho foi Percílio, enquanto Alexandre se juntou ao projeto em 1999, dando início a uma parceria que continua até hoje.

Corujas(Izalete Tavares)

Mas a história por trás do projeto começou muito antes! Quando Percílio tinha ainda apenas 7 anos, ele foi presenteado com um ovo de Carcará (Caracara plancus) e, depois de 28 dias sendo chocado por uma galinha, nasceu Tito, seu primeiro grande amigo. Atualmente, Tito tem 27 anos e vive no Instituto com mais de 300 aves, entre gaviões, falcões, corujas, socós-boi, pombos etc.

Ave de rapina(Izalete Tavares)

É importante destacar que o Parque dos Falcões conta com a autorização e apoio do IBAMA para a criação das aves em cativeiro e é referência mundial no manejo, reprodução e reabilitação desses animais.

Reabilitação

Muitas das aves do Parque foram vítimas da crueldade humana e foram resgatadas a partir de situações de maus tratos, de cativeiros ilegais e em operações de combate ao tráfico de animais. Várias inclusive apresentam mutilações. Essas criaturas chegam até lá trazidas pelo IBAMA e Corpo de Bombeiros para que recebam o cuidado necessário e possam se recuperar da melhor forma possível.

Ave de rapina(Izalete Tavares)

Quando são levadas ao local, as aves mal tratadas apresentam comportamento arredio e demonstram muito medo ao contato com humanos, mas, graças à dedicação de toda a equipe do Parque, logo os animais se sentem mais seguros e se adaptam às visitas de pessoas e conseguem ter a sua recuperação parcial ou total, dependendo do nível de trauma sofrido.

Filhote de ave(Izalete Tavares)

Após completar o período de recuperação, algumas das aves recebem a chance de reintegração à natureza. No entanto, nem todas conseguem passar por esse processo e se tornam habitantes permanentes do Parque, onde continuam recebendo cuidados diários para uma melhor qualidade de vida. Além disso, os indivíduos que sofreram maus tratos também passam pelo trabalho de reprodução em cativeiro, e os filhotes gerados já superaram as expectativas.

Foco na educação

Quanto ao treinamento dos pássaros, ao contrário da falcoaria tradicional praticada na Ásia e Europa, que treina os animais para caçar ao lado de humanos, o pessoal do Parque se concentra em fazer com que a população entenda o verdadeiro papel das aves de rapina na natureza e as veja como predadoras com papel fundamental na cadeia alimentar — e não como “assassinas sanguinárias”.

Ave de rapina(Izalete Tavares)

No Instituto, os adestradores identificam e reproduzem cada vocalização da ave, criando um diálogo com ela, transmitindo comandos de defesa, ataque, alerta ou mesmo cumprimentos por meio de sons guturais produzidos na “linguagem” desses animais. “O segredo está na vocalização”, explica José Percílio. “Através da identificação de cada som produzido pela ave, sabemos o que ela quer. Há sons de ataque, pedido de carinho e outros que avisam sobre a chegada de pessoas”.

Ave de rapina(Izalete Tavares)

De três quatro vezes por semana, todas as 32 aves adestradas do Parque voam em pequenas viagens no exercício chamado de “punho-a-punho”, nas quais percorrem grandes distâncias em voos livres pela serra. Ao som do apito ou da própria voz do treinador, os animais simulam ataques a presas imaginárias, e cada espécie precisa realizar um treinamento individual, pois só assim as necessidades de cada uma são colocadas em prioridade. Confira mais imagens dos pássaros — registradas pela fotógrafa de Vida Selvagem Izalete Tavares — na galeria a seguir:

Galeria 1

***

O Parque dos Falcões está nos roteiros de passeios ecoturísticos do Estado de Sergipe e, além das aves de rapina, os visitantes têm a oportunidades de realizar um passeio guiado no Parque Nacional Serra de Itabaiana, com quem faz fronteira.

O Parque não trabalha de forma exploratória, mas precisa de fundos para cuidar das aves, uma vez que não recebe apoio do  Governo para se manter. Sendo assim, há uma pequena tarifa de acesso. Para mais informações sobre o local, programação, horários de visitação e taxas, não deixe de acessar este link!

*Via assessoria.

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